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Internacional
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 10:33

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O enviado especial do Quarteto de Madri para o Oriente Médio, James Wolfensohn, alertou que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) está a ponto de desmoronar devido à crise provocada pela falta de dinheiro para pagar salários.

Em carta enviada há dois dias aos membros do Quarteto - EUA, União Européia, ONU e Rússia -, divulgada hoje pela imprensa local, Wolfensohn diz que se nenhuma solução for encontrada para os problemas financeiros da ANP, o mundo pode ser testemunha do "desabamento econômico" palestino em duas semanas.

Segundo o enviado especial do Quarteto, o Governo palestino não tem condições de pagar os salários de seus mais de 150 mil funcionários porque Israel deixou de transferir os impostos e taxas alfandegárias recolhidos em virtude dos Acordos de Paris, de 1995, que é o protocolo financeiro do Acordo de Oslo de dois anos antes.

Israel suspendeu a transferência desse dinheiro, 35 milhões de euros mensais (R$ 89 milhões), em resposta à arrasadora vitória do Hamas nas eleições legislativas de 25 de janeiro.

Em sua carta, enviada, entre outros, à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e ao alto representante de Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, segundo a imprensa local, Wolfensohn menciona um pedido do ministro da Economia da ANP para efetuar uma transferência urgente de entre US$ 60 milhões e US$ 80 milhões (R$ 130 e 170 milhões).

Esse dinheiro seria empregado para pagar salários e evitar uma catástrofe de conseqüências imprevisíveis não só em nível econômico, mas também para a segurança na região.

Segundo as estatísticas em poder do enviado especial e mencionados na carta, se a comunidade internacional não ajudar a ANP no prazo de dois meses, esta terá um déficit orçamentário de entre US$ 110 milhões e US$ 180 milhões (R$ 235 milhões e R$ 410 milhões).

A Comissão Européia proporá hoje ao Conselho de Ministros da UE a concessão de um pacote de ajuda imediata de cerca de 120 milhões de euros à população palestina, segundo anunciou em Bruxelas a comissária Benita Ferrero-Waldner.

"Hoje anunciarei ao Conselho um pacote substancial de ajuda para fazer frente às necessidades básicas, e discutirei com os ministros como apoiar o Governo palestino antes da nova autoridade assumir", disse o responsável pelas Relações Exteriores no Executivo da UE.

Desse montante, 40 milhões de euros (R$ 102 milhões) serão destinados a pagar diretamente as contas de luz e calefação durante dois meses e 64 milhões de euros (R$ 163 milhões) financiarão a saúde e educação por meio da UNRWA, a agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinos.

Os 17,5 milhões de euros (R$ 44,5 milhões) restantes serão pagos à ANP, presidida por Mahmoud Abbas, para pagar salários, mas mediante o desbloqueio de uma parte do dinheiro retido no fundo fiduciário controlado e monitorado pelo Banco Mundial.

Analistas locais destacam que a ajuda européia será vital para salvar a situação a curto prazo, mas que o problema de financiamento da ANP continuará caso não seja resolvido o problema político e a política da comunidade internacional para o Governo liderado pelo Hamas.





Fonte: EFE

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