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Economia
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 08:59

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O crescimento de apenas 2,3% do PIB em 2005 bateu nas expectativas de corte de juros. Para alguns analistas, a redução poderá se intensificar já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que define os juros básicos, na semana que vem.

Para outros analistas, aumenta a chance de cortes maiores nos próximos meses, e de que o processo de queda de juros se prolongue por mais tempo. Muitos economistas avaliam que, para isso, seja necessário esperar a confirmação de que a inflação vá continuar bem comportada.

Embora já se esperasse um resultado fraco do PIB, o resultado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na sexta-feira passada, veio ainda inferior às expectativas.

Um número maior de analistas passou a prever um corte mais forte dos juros, de um ponto percentual, o que levaria a taxa básica para 16,25% ao ano.

Na reunião do Copom, em janeiro, os juros caíram para os atuais 17,25% ao ano, uma redução de 0,75 ponto percentual.

O PIB (Produto Interno Bruto), soma dos bens e serviços produzidos no país, sofreu no ano passado desaceleração se comparado ao resultado de 2004, quando registrou expansão de 4,9%.

No quarto trimestre de 2005, a economia cresceu 0,8% em relação ao trimestre anterior.

Analistas de instituições financeiras dizem que a redução dos juros na reunião marcada para 7 e 8 de março terá pelo menos a mesma intensidade do corte feito pelo Copom em janeiro passado.

"Não existe qualquer alternativa para o Banco Central, que não seja derrubar, no mínimo, em 75 pontos, a taxa. A redução poderia até ser de 200 pontos agora", diz Walter Mundell, da consultoria WMundell. A inflação no ano passado, segundo o consultor, estava escapando de controle.

"As condições enfrentadas pelo BC eram muito desfavoráveis. A política fiscal e de crédito era expansionista, enquanto a monetária precisou, sozinha, segurar o rojão", afirma Mundell.

Para o consultor, sem uma "consolidação fiscal" não será possível conseguir juros reais abaixo de 7% ao ano.

"Se a inflação for de cerca de 4,5%, e o risco-país ficar por volta de 230 pontos, temos algo ao redor de 14%, que é a Selic alvo, no meu ponto-de-vista."

O consultor aposta, por ora, num corte de um ponto percentual, para a próxima reunião.

Para Nilson Teixeira, economista do Credit Suisse, o resultado do PIB pode elevar a probabilidade de cortes nos próximos meses.

Embora mantenha a expectativa de redução de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, Teixeira afirma que o ritmo mais baixo da atividade econômica no final de 2005 resultará provavelmente em menor pressão inflacionária no início deste ano.

"A perspectiva de crescimento reforça nossa avaliação de que são baixos os riscos de a inflação não convergir para a meta."

Também para Teixeira, o resultado mais fraco do PIB e a inflação próxima de zero podem elevar a probabilidade dada pelo mercado a um corte de um ponto percentual, já na reunião do Copom da semana que vem. Igualmente possível, na avaliação do Credit Suisse, é que "o ciclo de afrouxamento monetário seja mais longo e intenso do que o embutido na curva de juros, caso se confirme uma dinâmica mais favorável da inflação nos próximos meses".





Fonte: 24HorasNews

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