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Cidades/Geral
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 08:05

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Cuiabá e Várzea Grande vivem "cercadas" por gangues. Letícia Dutra da Silva, 15, Rafael Costa Aguiar, 14, Keneddy Palmer Silva, 16, Cleide Matilde Lima, 35, Rafael Júnior Nunes Rondon, 18, foram vítimas inocentes das turmas que dominam os mais diferentes bairros das duas maiores cidades do Estado. Morreram em nome de uma guerra silenciosa travada diariamente pelo domínio de áreas. A disputa é motivada pelo desejo de "estar no poder" e fomentada, na maioria das vezes, pelo tráfico de drogas.

A violência é a marca registrada dessas turmas, que geralmente agem nos bairros de periferia, mas não são exclusivas de áreas pobres. Nas áreas nobres e colégios particulares elas também existem, mas não ganham proporções tão grandes.

Planalto, Altos da Serra, Doutor Fábio, São Mateus, CPA, Dom Aquino, são alvos do terror que as gangues que se instalam ali praticam.

Matar e morrer fazem parte do vocabulário de quem integra esses grupos. Nessa disputa dezenas já morreram(leia matéria nesta página). As gangues, de acordo com especialistas, se formam no encontro de pessoas com o mesmo perfil, o que em alguns casos, principalmente em periferia, significa um primeiro passo na direção de atividades ilegais em grupo.

A Polícia Militar trabalha na tentativa de fazer um mapeamento dessas turmas. Hoje não existe uma estatística sobre quantas e quais são. Conhecer os "grupos" para que ações efetivas - que mesclam políticas sociais e de inserção e policiamento - possam ser desenvolvidas, é essencial. "Não basta somente o trabalho repressivos", observa o promotor da Vara da Infância e Juventude, Manoel Rezende Rodrigues, afirmando que "usar" o tempo disponível de crianças e adolescente com cursos de qualificação é uma alternativa se colocar fim a esses grupos violentos. Tratar a causa do problema é a solução.

Na prática, enquanto a situação não é resolvida, moradores amedrontados sabem o quanto é complicada a questão de morar em um lugar em que não se pode andar tranquilamente pelas ruas. Só quem vive em locais dominados por "turmas" é que sabe dos perigos. "Aqui ninguém se atreve a colocar o pé para fora de casa depois das 7 (19h)". A afirmação é feita por uma moradora do bairro Dom Aquino, que tem medo da "Turma do Aldeia", que faz divisa com o bairro em que reside. Recentemente ela teve um amigo de família, Rafael Vacca, morto no bairro. Ele teria sido vítima da ação da Turma do Aldeia.

A agente de limpeza Cleide Matilde Lima, 35, também foi vítima da ação de uma briga de gangues no bairro Dom Aquino, em dezembro do ano passado. Ela foi a terceira pessoa de uma única família vítima de turmas.

O filho dela ficou paralítico após ser atingido na coluna e o pai foi ferido no ombro. Cleide morreu quando conversava com um amigo poucos metros adiante da casa dela. Dias depois, dois acusados foram presos e liberados porque não se comprovou a autoria do crime.





Fonte: Gazeta Digital

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