Caso começou com localização de 2 caminhões roubados em SP

Para se contar o caso da Fazenda Velha é preciso voltar a 10 de setembro de 1993. Neste dia, a Polícia Civil localizou uma carreta roubada, que estava estacionada em uma oficina na região do Posto Zero, em Várzea Grande. Em seguida, encontrou outra, dentro da Fazenda Velha.

As investigações descobriram que os dois veículos tinham sido roubados em São Paulo. Na fazenda, seria encontrada uma oficina de desmanche com dezenas de peças de carretas. Um caminhão contratado pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva) saiu lotado com peças apreendidas e pinos de remarcação de chassis.

As investigações levaram ao nome de José Maria Pereira. Quando chegaram ao seu apartamento, no edifício Rafaela, no centro de Cuiabá, os policiais o encontraram fechado. O proprietário e a esposa não apareciam lá havia vários dias.

Dando seqüência ao trabalho, os investigadores encontraram uma Saveiro depenada e, nela, um documento assinado por Luiz Augusto de Carvalho autorizando Antônio Carlos de Souza, o ”Dezinho”, a transitar com o veículo.

Na seqüência, os policiais saíram à procura de Dezinho, chegando até a fazenda. Lá tiveram uma descoberta que os impressionou: 11 pessoas haviam sumido misteriosamente. Entre as pessoas, duas crianças e duas mulheres. O Corpo de Bombeiros vasculhou a área em buscas dos corpos, mas os trabalhos foram infrutíferos.

Dias depois, funcionários da oficina onde estava uma das carretas roubadas disseram ter visto várias pessoas, incluindo crianças e mulheres, chegando em diversos carros. De lá embarcaram em um caminhão.

Na fazenda, moravam várias pessoas. Um vizinho, Constantino Cândido dos Santos, pai de Joenil dos Santos, que desapareceu, disse ter ouvido vários gritos, mas não deu muita importância. (AR)