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Economia
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 06:23
Por: Bruno Garcia

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O feijão, alimento básico da população e uma das principais fontes de ferro e de proteína vegetal, vem recebendo atenção especial por parte dos pesquisadores do Centro de Tecnologia de Pesquisa da Empresa mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer) de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá). Experimentos realizados têm a finalidade de multiplicação e melhoramento das sementes, técnica de plantio e manejo do cultivo. Os resultados serão levados aos agricultores de subsistência.

“Estamos trabalhando para desenvolver variedades mais produtivas, com maior resistência a pragas e doenças, além de cultivares mais ricas em nutrientes para serem utilizadas pelos assentamentos no Nortão”, informa o engenheiro agrônomo da Empaer/Sinop, Marcus Lacerda.

Nos experimentos foram plantados 10 tipos de cultivares, de três grupos: Manteigão, Carioca e Preto. O pesquisador explicou que se objetivou em “adaptar e aclimatar” as cultivares no Centro de Pesquisa, com manejo cultural e práticas conservacionistas do solo. “O intuito é multiplicar as sementes e incentivar o cultivo do feijoeiro na região, em especial nas áreas de plantio para sustentação”, comenta.

O pesquisador buscou utilizar o mínimo possível de defensivos agrícolas. “Apesar de utilizarmos relativamente poucos agrotóxicos, o tratamento das sementes fez com que o nosso controle às pragas e doenças fossem satisfatórios”, relata Lacerda.

Com relação às pragas e doenças, o pesquisador disse que nas cultivares foram apresentados alguns focos de ferrugem e mosaico, além do ataque da mosca branca. “A ferrugem foi controlada, já a mosca branca conseguimos fazer com que ela, mesmo presente nas cultivares e controlada em fases, não prejudicasse os resultados”. A mosca branca é vetor da doença mosaico e também vem atacando a sojicultura e a cotonicultura no Norte do Estado.

Lacerda ressalta que para a multiplicação das sementes já foram montada outras unidades demonstrativas, tanto no Campo de Pesquisa da Empaer, no município de Santa Carmem (493 quilômetros ao Norte de Cuiabá). “Iremos montar em uma área do assentamento do projeto Mercedes V, em Sinop, uma unidade multiplicadora, que servirá de incentivo para os demais assentados. Passo a passo, convenceremos os assentados a cultivarem o feijão”.

Questionado sobre a demanda por sementes pelos pequenos produtores da região, Lacerda conta que “é mínima, e quando buscam nossas tecnologias, não utilizam as recomendações que são repassadas”.

O agrônomo explica que se algum pequeno produtor tiver interesse em iniciar o plantio do feijão, ele terá que entrar em contato com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) e solicitar as sementes.





Fonte: Diário de Cuiabá

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