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Internacional
Sábado - 25 de Fevereiro de 2006 às 13:05

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Bagdá e três províncias vizinhas haviam sido colocadas no sábado sob toque de recolher pelo segundo dia consecutivo, após mais de 150 pessoas – em sua maioria sunitas – terem sido mortas em confrontos após um ataque que destruiu parte de um santuário xiita, na quarta-feira.

Foram encontrados os corpos de 14 integrantes das forças de segurança iraquianas após uma batalha contra milicianos xiitas ao sul de Bagdá.

Líderes religiosos sunitas dizem que mais de 180 mesquitas sunitas em todo o país foram alvos de ataques em represália ao atentado contra o santuário Al-Askari, em Samarra.

Em Baquba, ao norte de Bagdá, ao menos uma dezena de membros de uma mesma família xiita foram assassinados.

Em Bagdá, um tiroteio durante o funeral de uma jornalista da rede de TV Al-Arabiya, morta com dois assistentes na quinta-feira em Samarra, deixou pelo menos dois mortos e vários feridos.

Durante a madrugada, homens armados atacaram mais duas mesquitas sunitas em Bagdá, mas foram contidos por policiais e moradores locais.

Além disso, ao menos oito pessoas morreram após a explosão de um carro-bomba na cidade de Karbala, ao sul do país, que não está sob toque de recolher.

Temor de guerra civil

Sob o temor de que a violência se transformasse em uma guerra civil, o governo iraquiano determinou o toque de recolher e prometeu reconstruir o santuário de Al–Askari, considerado um dos mais sagrados do mundo pelos xiitas.

O primeiro-ministro Ibrahim Jaafari também disse que o governo reconstruirá os lugares sagrados sunitas atacados em represália contra o ataque de quarta-feira.

Jaafari prometeu medidas especiais de segurança para proteger locais de orações em todo o país. Para o premiê, os responsáveis pela recente onda de violência pretendem usar as tensões sectárias para provocar uma guerra civil no Iraque.

O toque de recolher em Bagdá e nas províncias de Diyala, Babil e Salahuddine deve vigorar em princípio até as 16h deste sábado (10h de Brasília) e inclui uma proibição de manifestações e do porte de armas em público.

O correspondente da BBC em Bagdá, Jon Brain, disse que o centro da cidade está aparentemente calmo, com as ruas praticamente vazias pelo segundo dia seguido.

Ruas desertas

Adotado inicialmente entre a noite de quinta-feira e a tarde de sexta-feira, o toque de recolher foi novamente imposto entre a noite de sexta-feira e a tarde de sábado em Bagdá e nas províncias de Diyala, Babil e Salahuddine.

Na sexta-feira, as ruas de Bagdá ficaram quase desertas, e as pessoas só circulavam a pé para rezar nas mesquitas.

Centenas de policiais estão trabalhando em pontos de controle e impedindo a entrada de motoristas que tentam cruzar a cidade. Todas as folgas de policiais e soldados do Exército foram canceladas.

Por conta do toque de recolher, a violência foi menor na sexta-feira do que nos dias anteriores.

Líderes xiitas e sunitas no Iraque e no exterior usaram as orações de sexta-feira para pedir calma em meio às tensões criadas pelo ataque que praticamente destruiu o santuário de al-Askari, considerado um dos locais mais sagrados para os muçulmanos xiitas.

Os clérigos fizeram apelos por unidade e moderação, apesar da presença reduzida dos fiéis nas mesquitas de Bagdá e das três províncias em que foi imposto o toque de recolher.

Calma Um porta-voz do presidente iraquiano, Jalal Talabani, disse que o governo estava unido em pedir aos cidadãos que mantenham a calma.

“Tudo cairá por terra se tivermos uma guerra civil, então não acredito que isso possa acontecer”, disse o porta-voz, Hiwa Osman, à rádio 4 da BBC.

“Pode haver alguns poucos incidentes aqui e ali, mas o governo está agora trabalhando muito duro, com as forças multinacionais, para controlar esta situação.”

Um importante imã sunita, Hasan al-Taha, criticou o ataque ao santuário xiita em seu sermão na mesquita de Abu Hanifa, em Bagdá.





Fonte: BBC Brasil

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