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Internacional
Sábado - 25 de Fevereiro de 2006 às 12:04

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A Comissão Eleitoral (CE) de Uganda declarou hoje o atual presidente, Yoweri Museveni, vencedor da eleição presidencial realizada quinta-feira passada no país. Segundo a CE, Museveni obteve 59,28% dos votos válidos, enquanto o seu principal adversário, Kizza Besigye, da Frente pela Mudança Democrática (FDC), ficou com 37,36%.

Os 3,36% restantes foram divididos entre outros três candidatos.

Os números correspondem à apuração de 98,9% dos votos e os que restam por apurar não mudarão o resultado final, explicaram porta-vozes da comissão numa entrevista coletiva em Campala, às 14h30 (8h30 de Brasília).

Estas foram as primeiras eleições multipartidárias em Uganda desde 1980.

Museveni chegou ao poder por meio de um golpe militar, em 1986, e impôs um sistema de partido único, o de seu grupo político, o Movimento Nacional de Resistência (NRM, em inglês).

Em julho do ano passado, em um plebiscito constitucional proposto pelo NRM, os ugandenses votaram a favor de restaurar uma democracia multipartidária, mas a reforma incluiu a queda do artigo que limitava a dois os mandatos presidenciais, o que abriu o caminho para mais uma reeleição de Museveni.

Apesar da participação de outros três candidatos, a campanha e as eleições foram dominadas pela rivalidade entre Museveni e Besigye, um coronel reformado e ex-aliado político do presidente, de quem também foi médico.

Na eleição presidencial de 2001, em que foram permitidos candidatos independentes, Besigye se apresentou como principal opositor de Museveni, mas após ser derrotado alegou "perseguição política" e se exilou na África do Sul durante quatro anos.

Em outubro passado, Besigye voltou para Uganda e foi recebido como um herói nacional por dezenas de milhares de pessoas, mas semanas depois foi acusado de traição por um tribunal de Campala e detido. Isso provocou uma grande mobilização de seus seguidores, que promoveram revoltas na capital.

A organização a favor dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), afirmou então que a eleição tinha ficado "comprometida" pela intimidação e a interferência dos militares, assim como pela preferência dada ao NRM e a Museveni na distribuição dos fundos para as campanhas eleitorais e na cobertura dos meios de comunicação.

Em sua avaliação do processo eleitoral, a União Européia (UE) afirmou que o pleito foi, em geral, "transparente", e que a população pôde votar em liberdade, embora ressaltando as desvantagens da oposição durante a campanha.





Fonte: EFE

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