É preciso fazer mais para estimular o acesso das mulheres à Internet, que é inferior ao dos homens, afirma a gigante da tecnologia Intel em um relatório nesta quinta-feira que faz um apelo pela duplicação do número de mulheres internautas nos países em desenvolvimento nos três próximos anos.
O relatório, bancado pela fabricante multinacional de chips com a colaboração da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Departamento de Estado norte-americano, entre outros, aponta para disparidades persistentes no acesso feminino à Internet na África, Oriente Médio e outras regiões em desenvolvimento.
O estudo constatou que a probabilidade de que as mulheres estejam online nessas regiões é quase 25 por cento mais baixa do que entre os homens, e apela às autoridades e empresas de tecnologia por medidas que facilitem o acesso à Internet via celular, permitindo conteúdo móvel gratuito e estimulando a alfabetização digital a fim de reduzir a disparidade.
Pesquisas e entrevistas com mais de 2,2 mil mulheres e meninas de quatro países em desenvolvimento - Egito, Índia, México e Uganda - constataram que o acesso à Internet é essencial para as mulheres ganharem mais dinheiro, e buscarem e se candidatarem a empregos.
"Com as poderosas capacidades oferecidas pela Internet - de conexão, aprendizado, envolvimento, ganho de produtividade e busca de oportunidades -, a falta de acesso das mulheres está resultando na criação de uma segunda barreira digital, que fará com que as mulheres e meninas corram o risco de ficar cada vez mais para trás", disse Melanne Verveer, embaixadora para questões femininas mundiais no Departamento de Estado norte-americano.
Ainda que os EUA e outros países desenvolvidos tenham níveis relativamente elevados de acesso e uso de Internet pelas mulheres, restam algumas disparidades, especialmente nas zonas rurais ou entre os cidadãos mais pobres.
Mas nos países em desenvolvimento, a disparidade é muito maior.
Na Índia, apenas 11 por cento da população tem acesso à Internet, ante 79 por cento nos EUA, disse Shelly Esque, vice-presidente da Intel e presidente da fundação educativa da companhia.
O relatório desta quinta-feira mostra que 600 milhões de mulheres dos países em desenvolvimento, ou 21 por cento, têm acesso à Internet hoje, e outros 450 milhões devem ganhar acesso até 2016. Mas medidas adicionais poderiam propiciar acesso a mais 150 milhões de mulheres e meninas nos próximos três anos, de acordo com o estudo.
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