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Internacional
Sábado - 25 de Fevereiro de 2006 às 09:38

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O Governo de Gloria Macapagal Arroyo justificou hoje a declaração do estado de emergência, alegando a "participação direta" do ilegal partido comunista na tentativa de derrubar a presidente, enquanto a Polícia anunciou que haverá mais detenções.

"Eles (o Novo Exército do Povo, guerrilha comunista) participam diretamente, não como antes, quando só utilizavam suas organizações legais, e isso é muito perigoso", disse hoje o conselheiro de Segurança Nacional, Norberto Gonzales, para justificar a criticada decisão da presidente Arroyo.

Gonzales afirmou que o líder do ilegal Partido Comunista das Filipinas (PCF), o exilado José María Sison, foi quem "mandou o NEP atuar diretamente no movimento para derrubar Arroyo" e disse que "o PCF queria ser um membro principal do próximo Governo, e não ficar na sombra".

As declarações de Gonzales acompanham a decisão de ontem de Macapagal Arroyo de declarar estado de emergência no país após anunciar que o Exército tinha evitado uma tentativa de golpe de Estado.

O conselheiro de segurança nacional também acusou "deputados de esquerda" de financiar as atividades do PCF e do seu braço armado, o NEP, empregando para isso os fundos governamentais destinados ao desenvolvimento de áreas rurais.

Na mesma linha, o diretor da Polícia Nacional, Arturo Lomibao, justificou as detenções de opositores registradas hoje. Ele disse que "os militares efetivamente esmagaram a conspiração, mas alguns de seus responsáveis ainda estão livres".

"Estamos passando por tempos estranhos, como vimos com a tentativa de alguns militares aventureiros de unir forças com terroristas comunistas e outras personalidades para tomar o poder", disse.

Lomibao reconheceu que existe uma lista de pessoas que serão detidas para interrogatório. Embora não tenham dado nomes, fontes ligadas à Polícia disseram que entre elas estão personalidades de destaque da oposição, como o prefeito de Makati (distrito financeiro de Manila), Jejomar Binay, e o ex-militar e ex-senador Gregorio "Gringo" Honasan, entre outros.

A Polícia também informou a detenção de mais um de seus ex-diretores, Rex Piai, em seguida à de outro ex-chefe policial aposentado, o general Ramón Montaño, conhecido por suas críticas ao atual Governo.

Piai estava jogando golfe com Montaño na província de Cavite, a 40 quilômetros de Manila, quando foram detidos por agentes uniformizados, que não mostraram a eles nenhuma ordem de prisão, e os obrigaram a ir para Camp Crame (sede da Polícia Nacional).

Além deles, também foi detido o deputado de esquerda Crispín Beltrán.





Fonte: EFE

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