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Economia
Quinta - 10 de Janeiro de 2013 às 13:17
Por: Anay Cury

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Arroz e feijão - IPCA 2012 (Foto: Editoria de Arte/G1)

 

O prato dos brasileiros ficou mais pesado em 2012 – pelo menos no bolso. Presentes na maioria das refeições dos brasileiros, o feijão e arroz tiveram seus preços elevados ao longo de 2012 e exerceram intensa pressão sobre a inflação oficial do país, que fechou o ano em 5,84%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a alta de preços, a capacidade de compra diminuiu. O mesmo dinheiro que, em dezembro de 2011, comprava 1 kg de arroz, chegou a 2012 comprando 731 gramas do produto, ou 27% menos. No caso do feijão carioquinha (ou rajado), o prato também ficou menor: O que antes comprava 1 kg, agora paga 760 gramas (-24%).

A alta dos preços do grupo de despesas com alimentos, utilizado no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ganhou força devido a fatores climáticos que atingiram a produção, ao aumento dos preços no mercado externo e ao crescimento da demanda interna. De janeiro a dezembro de 2012, esse grupo registrou alta de 9,86%. Só o arroz e o feijão acumularam ficaram 36,67% e 31,53%, mais caros, respectivamente, no ano.

“A principal razão é o fator climático. Tem também o fato de o consumo estar aquecido. Mas, se fosse para isolar um fato, seria São Pedro”, disse o professor do Departamento de Economia da USP, Simão Davi Silber. Há ainda a influência do câmbio, que fez os preços das commodities subirem. “Como o Banco Central forçou o dólar para cima, tudo o que tem cotação em dólar sobe de preço”.

Na avaliação do economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro de Rezende Lopes, no entanto os preços do grupo de alimentos foram pressionados, principalmente, pelo comportamento da soja, do farelo e do óleo no mercado internacional.

“Se em Chicago o preço aumenta 10%, aqui vai aumentar 8%, por exemplo.” Aliados às cotações internacionais estão o aumento da massa salarial da população e o “ajustamento” dos padrões alimentares dos brasileiros.

“Os preços foram elevados pelos produtores porque todos os preços [de outras classes de despesa] estavam sendo reajustados. Não foi tanto pelos eventos climáticos”, disse Lopes.

As perspectivas para 2013, apesar de ainda incertas, indicam que o ritmo de alta deverá perder força, segundo o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto. Porém, caso haja racionamento de energia – que vem sendo descartado pelo governo, ainda que os níveis dos reservatórios estejam baixos –, o risco de a inflação ganhar força fica maior, na opinião de Silber.






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