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Internacional
Sexta - 24 de Fevereiro de 2006 às 20:44

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A oposição aproveitou a divulgação nesta sexta-feira do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2005 para voltar a criticar a política econômica do governo Lula, especialmente as altas taxas de juros. Mesmo entre parlamentares da base governista, a reação também foi negativa.

"O resultado mostra que a política econômica do governo Lula é um desastre", resumiu o deputado Rodrigo Maia (RJ), líder do PFL na Câmara.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu apenas 2,3 por cento no ano passado. O PIB industrial foi o que teve melhor desempenho, crescimento de 2,5 por cento, enquanto o setor de serviços teve uma expansão de 2,0 por cento e a agropecuária cresceu apenas 0,8 por cento.

"Não vejo cenário para mudar isso com juros reais de 12 por cento ao ano", avaliou o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).

Para Aleluia, a maior preocupação deve ser com as consequências políticas que esse "crescimento pífio" pode trazer, lembrando que estão surgindo, cada vez mais, na América Latina líderes populistas e mesmo autoritários.

"Na medida em que desaparecem as expectativas das pessoas e das famílias de melhorarem de vida, e há a possibilidade de que seus filhos podem ter ainda mais dificuldade de viver, isso gera uma insatisfação e consequências morais", disse Aleluia à Reuters.

Ele reconheceu que o governo Fernando Henrique Cardoso, apoiado durante quase toda sua duração pelo PFL, também teve baixas taxas de crescimento do PIB, mas lembrou que o mundo atravessou graves crises internacionais no período, como a asiática e a russa.

De qualquer modo, ressaltou, por conta do crescimento fraco, Fernando Henrique não conseguiu fazer seu sucessor.

"A própria eleição do Lula foi resultado do inconformismo com o baixo crescimento. O Lula despertou uma grande esperança e foi uma frustração", acrescentou Aleluia.

O líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), da base governista, também reclamou da política econômica e dos juros.

"Há um excesso de conservadorismo da equipe econômica", disse. "Já esperávamos um número pequeno por causa das altas taxas de juros praticadas no ano passado."

Casagrande, no entanto, procurou mostrar otimismo com relação a 2006. "Nossa expectativa é que tenhamos um ano melhor com tendência de redução das taxas de juros e uma melhora nos dados macroeconômicos."

A média das expectativas do mercado para este ano, segundo dados do Banco Central, é de um crescimento de 3,5 por cento do PIB.

(Por Alexandre Caverni e Áureo Germano)




Fonte: Reuters

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