Pequim ordena o fechamento da 'Muralha do Amor'

Uma cópia da Grande Muralha da China batizada de "Grande Muralha do Amor" foi fechada por ordem das autoridades apenas nove dias após a sua inauguração, por ser considerada prejudicial ao patrimônio cultural, informou hoje a imprensa chinesa. A falsa muralha, que dava aos apaixonados a oportunidade de escrever nela os seus nomes, revelou-se um negócio de pouco sucesso, mas que chamou muita atenção, e que foi muito criticado pelos meios oficiais.

Após as críticas, publicadas em diários governistas como o China Daily, a Administração Municipal do Patrimônio Cultural de Pequim determinou na quinta-feira o fechamento da muralha, de 88,5 metros de comprimento e 7,5 metros de altura. "O projeto viola os regulamentos do patrimônio cultural", destacou Hao Dongchen, um dos responsáveis pela instituição.

Localização A "Grande Muralha do Amor" se encontra nas proximidades do trecho mais visitado da Muralha da China, o de Badaling, situado a pouco mais de uma hora de carro de Pequim, e foi inaugurada em 14 de fevereiro, Dia dos Namorados em vários países.

Pagando uma taxa de 999 iuanes (cerca de 100 euros), os apaixonados tinham direito a escrever seus nomes em um dos 9.999 tijolos do novo muro, um costume praticado de forma gratuita - embora ilegal - na Grande Muralha autêntica. Nem o Dia dos Namorados ajudou a iniciativa empresarial, e só quatro casais pagaram para que seus nomes figurassem na "Grande Muralha do Amor". Ainda não se sabe se o dinheiro será devolvido.

Nos trechos restaurados e abertos aos turistas da Muralha da China, praticamente todos os tijolos ao alcance da mão estão pichados com nomes de pessoas, um costume que as autoridades tentam reprimir.