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Sexta - 24 de Fevereiro de 2006 às 09:17

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Cerca de 150 trabalhadores sem-terra continuam interditando a passagem no quilômetro 384 da BR-158, próximo ao município de Ribeirão Cascalheira (893 quilômetros de Cuiabá), nordeste de Mato Grosso. Eles protestam contra um embargo judicial à desapropriação da fazenda Bordolândia, de 50 mil hectares, localizada no município de Bom Jesus do Araguaia. De acordo com informações do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Água Boa, localizado a 190 quilômetros do trecho interditado, os manifestantes vêm permitindo a passagem dos veículos de seis em seis horas, o que tem garantido a tranqüilidade no local.

“Desde que iniciaram a interdição, na madrugada de ontem (quarta-feira), os sem-terra estão liberando a passagem às 6 horas, às 12h, às 18h e às 24h, até mesmo porque lá só tem essa via. Temos ido ao local apenas para ver como estão as coisas, já que estamos bem longe deles, a 190 quilômetros, 60 de estrada de terra. Não tem ninguém armado no local e tudo parece estar tranqüilo”, informou um patrulheiro da PF em Água Boa que preferiu não informar o nome.

Segundo a PF, os sem-terra permanecem às margens da BR–158 neste trecho onde estão há cerca de um mês. “Eles ficavam lá, próximo da fazenda, mas como há vias alternativas à BR, preferiram vir para este trecho, acredito, onde conseguem controlar a passagem”, disse o policial.

A fazenda pleiteada pelos trabalhadores rurais pertence à Açucareira Santa Rosa. A área já foi atestada como improdutiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que, segundo a assessoria de imprensa, chegou a emitir título na posse a 1.200 famílias da terra no ano passado.

A assessoria do Incra também informou que não há mais nenhuma medida que o órgão possa tomar em relação à área, cuja desapropriação foi embargada por um decisão do Tribunal Regional Federal (TRF), 1ª Região de Brasília, anulando a avaliação feita pelo Incra que atesta a área como improdutiva. A decisão da Justiça em Brasília foi movida por um recurso impetrado pelos proprietários da fazenda.

Ainda conforme a assessoria do Incra, a determinação do juiz da 1ª Região do TRF do Distrito Federal também foi a realização de uma nova avaliação da área, ainda sem data e órgão competente para realizá-la definidos. Há duas semanas, uma procuradora do Incra de Brasília, teria entrado com uma petição no TRF para pedir que fossem designados o responsável pela reavaliação e a data para ser realizada, mas que ainda não teve resposta, de acordo com a assessoria do Incra em Mato Grosso.





Fonte: Diário de Cuiabá

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