Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 24 de Fevereiro de 2006 às 01:03

    Imprimir


Washington - A tentativa do governo Bush de conter a revolta que provocou no Congresso ao autorizar que uma empresa estatal dos Emirados Árabes Unidos assumisse o controle de terminais de seis grandes portos americanos, produziu uma nova saraivada de críticas à administração na quinta-feira.

A senadora Hillary Clinton, democrata de Nova York, classificou a aprovação da compra da companhia inglesa que opera os portos de Nova York-Newark, Filadélfia, Baltimore, Miami e New Orleans pela DP World, de Dubai, como "um erro de julgamento". Hillary acusou a administração de ter deixado de alertar o presidente George W. Bush e os secretários do Tesouro e da Defesa que a autorização do negócio colocaria os seis maiores portos da costa leste americana sob o controle estrangeiro.

A senadora não repetiu, no entanto, sua ameaça de apresentar um projeto de lei criando reserva de mercado de serviços portuários para empresas americanas. Para analistas, a decisão se deve ao fato de que hoje não há companhias nos EUA competitivas no setor.

Escalado para defender a administração perante os senadores, o vice-secretário do Tesouro, Robert Kimmitt, foi duramente questionado mesmo pelo presidente da comissão, o republicano John Warner, de Virginia, sobre a falha do governo em examinar o papel dos Emirados Árabes Unidos na transferência de recursos para operadores da Al-Qaeda envolvidos nos ataques de 11 de setembro. Os Emirados também são acusado de financiar a compra, no passado, de componentes e tecnologia nuclear para governos do Irã, Coréia do Norte e Líbia.

"Levante a mão quem conversou com qualquer um dos membros da comissão nacional que investigou o 11 de setembro", perguntou o senador Carl Levin, democrata de Michigan, dirigindo-se a Kimmitt e a seus acompanhantes. A falta de reação sublinhou o argumento do senador, segundo o qual a comissão interministerial que examinou a petição da DP World ignorou as advertências contidas no relatório da comissão do 11 de setembro sobre os laços do governo dos Emirados com o Taleban, no Afeganistão.

Os Emirados, que são hoje os mais próximos aliados de Washington no Oriente Médio, prometeram total cooperação para salvar o negócio. Mas o dano político do episódio para o governo Bush parece ser irreversível.





Fonte: Paulo Sotero

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/317121/visualizar/