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Internacional
Quinta - 23 de Fevereiro de 2006 às 19:40

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Washington - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, enfrenta uma rebelião de seus colegas de partido por causa do acordo que coloca a administração de seis dos portos mais importantes dos Estados Unidos nas mãos de uma empresa do Oriente Médio.

A polêmica, que ganhou força esta semana, começou quando a empresa Dubai Ports World, uma empresa estatal dos Emirados Árabes Unidos, comprou a companhia britânica Peninsular and Oriental Steam Navigation (P&O), que administra os portos de Filadélfia, Nova York, Nova Orleans, Nova Jersey, Miami e Baltimore (Maryland).

Os críticos consideram que o acordo coloca em risco a segurança dos portos, e lembram que alguns dos terroristas que cometeram os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA eram sauditas e tinham usado os serviços bancários dos Emirados Árabes.

Os dois principais aliados de Bush no Congresso, o líder da maioria republicana no Senado, Bill Brist, e o presidente da Câmara dos Representantes, Dennis Hastert, criticaram na terça-feira o acordo e advertiram que apoiarão um projeto para impedir que seja colocado em prática.

Bush respondeu a essa ameaça com a advertência de que aplicaria, pela primeira vez em seu mandato, seu poder de veto para anular um projeto legislativo desse tipo.

Os governadores republicanos de Maryland e Nova York também anunciaram a possibilidade de cancelar algumas operações da empresa em portos de seus respectivos estados.

Mas nenhuma rejeição foi mais taxativa que a da congressista republicana Sue Myrick, que escreveu uma carta a Bush em que afirmou ao presidente: "no que se refere à venda dos portos americanos aos Emirados Árabes Unidos (...) não, somente não!".

Os democratas mais críticos do Governo Bush se mostraram estranhamente moderados, e na quarta-feira o senador Joe Biden se limitou a dizer que a rejeição evidenciada nos dois partidos mostra a "falta de confiança na administração".

O ex-candidato presidencial do Partido Democrata John Kerry sugeriu em carta ao secretário do Tesouro, John Snow, que o Governo divulgue os detalhes do acordo, avaliado em US$ 6,8 bilhões.

As críticas não parecem atrapalhar os planos da Casa Branca de levar o acordo adiante, apesar de seu porta-voz, Scott McClellan, ter afirmado na quarta-feira que Bush só soube do negócio quando o acordo já estava aprovado.

McClellan disse que, após ser informado sobre este assunto, Bush conversou com os membros de seu gabinete, e "todos disseram que não havia inconvenientes em levar a transação adiante".

O porta-voz acrescentou que a segurança de todos os portos do país está a cargo do Serviço de Guarda Costeira e que as cargas são responsabilidade do Serviço de Alfândegas e Patrulha Fronteiriça.





Fonte: EFE

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