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Carnaval de São Paulo é palco para o Nordeste este ano
O Sambódromo é paulistano, mas quem ganha espaço na avenida do Carnaval de São Paulo este ano é o Nordeste. Das 15 escolas de samba do grupo especial, que desfilam na sexta-feira e sábado, cinco terão enredos relacionados à região, uma das maiores fontes de migração para a capital paulista desde os anos 1960.
A Nenê de Vila Matilde traz o enredo "Mama Bahia — Ópera negra Lídia de Oxum", a Tom Maior canta o Piauí de Frank Aguiar, e a Mocidade Alegre escolheu o rio São Francisco.
Além disso, os orixás do candomblé nordestino estão presentes na "Diáspora Negra" da Rosas de Ouro, e Salvador aparece no samba sobre a pecuária da Império de Casa Verde, campeã do Carnaval do ano passado.
Cheia de superstições, a Nenê de Vila Matilde desfila na sexta-feira, dia de Oxalá, com a ala das baianas e o terceiro carro todos de branco, a cor do orixá no candomblé.
Mas uma das maiores surpresas, segundo o carnavalesco André Machado, é a divisão da escola em cinco atos para representar a ópera "Lídia de Oxum", como um teatro ao ar livre.
O desfile da escola começa contando cinco séculos da história da Bahia — desde o descobrimento do Brasil até a Guerra de Canudos — e traz no último ato uma escultura de sete metros representando a escrava Lídia, que viveu um amor impossível por um homem branco filho de um rico barão da cana-de-açúcar.
O estado da Bahia, porém, não entrou com financiamento para a escola. "O custo total do desfile ficou em 920 mil reais este ano", disse o presidente da Nenê de Vila Matilde Alberto Alves da Silva Filho.
A Tom Maior preferiu seguir viagem um pouco mais para o norte e escolheu a cidade piauiense de São Raimundo Nonato como inspiração.
"Começamos falando sobre a missão arqueológica da francesa Niede Guidon, que descobriu traços humanos de mais de 50.000 anos em cavernas da região", contou o carnavalesco da escola, Marco Aurélio Ruffinn.
Em seguida, o enredo parte para a região de Sete Cidades, famosa por suas construções rochosas que lembram a superfície da lua. A escola também vai abordar a chegada dos vaqueiros baianos no Piauí e falar da dança e do forró.
O cantor Frank Aguiar é o destaque do último carro, o "Estrelato Musical", junto com parentes e políticos do Estado. De acordo com o presidente da Tom Maior, Marko Antonio da Silva, o Piauí contribuiu com 200 mil reais de um custo total de desfile de 1,8 milhão de reais.
"A princípio nosso enredo era somente sobre o Frank Aguiar, mas, como ele é muito piauiense, pediu para introduzir a temática do Estado do Piauí no desfile. Passei 28 dias lá conhecendo a cultura local", disse Ruffinn.
Já a Mocidade Alegre aproveitou a atualidade do debate sobre a transposição do rio São Francisco e recriou a temática em um samba, que não toma partido político na discussão, mas é repleto de causos sertanejos. A escola não conta com patrocínio extra de empresas estatais ou governos e calcula gasto de cerca de 800 mil reais com o desfile deste ano.
"Teremos um carro alegórico sobre uma lenda conhecida na região de Bom Jesus da Lapa de um navio que naufragou em uma noite de lua cheia e que costuma ressurgir das águas, como um fantasma, assustando os moradores da região", diz o autor do enredo da escola, Sidnei França.
Segundo ele, o desfecho do tema será o carro da "Integração Nacional", com crianças da comunidade mostrando as possibilidades que o rio São Francisco pode trazer para o futuro do país.
A escola encerra os desfiles de sexta-feira e sai da avenida com o sol já firme, quase às 8h00 do dia seguinte. A Nenê de Vila Matilde entra no sambódromo à 1h00 da sexta-feira e a Tom Maior às 23h20 do sábado.
A Nenê de Vila Matilde traz o enredo "Mama Bahia — Ópera negra Lídia de Oxum", a Tom Maior canta o Piauí de Frank Aguiar, e a Mocidade Alegre escolheu o rio São Francisco.
Além disso, os orixás do candomblé nordestino estão presentes na "Diáspora Negra" da Rosas de Ouro, e Salvador aparece no samba sobre a pecuária da Império de Casa Verde, campeã do Carnaval do ano passado.
Cheia de superstições, a Nenê de Vila Matilde desfila na sexta-feira, dia de Oxalá, com a ala das baianas e o terceiro carro todos de branco, a cor do orixá no candomblé.
Mas uma das maiores surpresas, segundo o carnavalesco André Machado, é a divisão da escola em cinco atos para representar a ópera "Lídia de Oxum", como um teatro ao ar livre.
O desfile da escola começa contando cinco séculos da história da Bahia — desde o descobrimento do Brasil até a Guerra de Canudos — e traz no último ato uma escultura de sete metros representando a escrava Lídia, que viveu um amor impossível por um homem branco filho de um rico barão da cana-de-açúcar.
O estado da Bahia, porém, não entrou com financiamento para a escola. "O custo total do desfile ficou em 920 mil reais este ano", disse o presidente da Nenê de Vila Matilde Alberto Alves da Silva Filho.
A Tom Maior preferiu seguir viagem um pouco mais para o norte e escolheu a cidade piauiense de São Raimundo Nonato como inspiração.
"Começamos falando sobre a missão arqueológica da francesa Niede Guidon, que descobriu traços humanos de mais de 50.000 anos em cavernas da região", contou o carnavalesco da escola, Marco Aurélio Ruffinn.
Em seguida, o enredo parte para a região de Sete Cidades, famosa por suas construções rochosas que lembram a superfície da lua. A escola também vai abordar a chegada dos vaqueiros baianos no Piauí e falar da dança e do forró.
O cantor Frank Aguiar é o destaque do último carro, o "Estrelato Musical", junto com parentes e políticos do Estado. De acordo com o presidente da Tom Maior, Marko Antonio da Silva, o Piauí contribuiu com 200 mil reais de um custo total de desfile de 1,8 milhão de reais.
"A princípio nosso enredo era somente sobre o Frank Aguiar, mas, como ele é muito piauiense, pediu para introduzir a temática do Estado do Piauí no desfile. Passei 28 dias lá conhecendo a cultura local", disse Ruffinn.
Já a Mocidade Alegre aproveitou a atualidade do debate sobre a transposição do rio São Francisco e recriou a temática em um samba, que não toma partido político na discussão, mas é repleto de causos sertanejos. A escola não conta com patrocínio extra de empresas estatais ou governos e calcula gasto de cerca de 800 mil reais com o desfile deste ano.
"Teremos um carro alegórico sobre uma lenda conhecida na região de Bom Jesus da Lapa de um navio que naufragou em uma noite de lua cheia e que costuma ressurgir das águas, como um fantasma, assustando os moradores da região", diz o autor do enredo da escola, Sidnei França.
Segundo ele, o desfecho do tema será o carro da "Integração Nacional", com crianças da comunidade mostrando as possibilidades que o rio São Francisco pode trazer para o futuro do país.
A escola encerra os desfiles de sexta-feira e sai da avenida com o sol já firme, quase às 8h00 do dia seguinte. A Nenê de Vila Matilde entra no sambódromo à 1h00 da sexta-feira e a Tom Maior às 23h20 do sábado.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/317281/visualizar/
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