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Economia
Quinta - 23 de Fevereiro de 2006 às 08:22
Por: Marcondes Maciel

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Pelo menos 30% das madeireiras da região Norte de Mato Grosso que se encontravam paradas no último trimestre do ano passado retomaram as atividades durante a segunda quinzena de janeiro. Motivadas pela perspectiva de ordenamento do setor -- por conta, basicamente, do novo sistema implantado pela Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema) -- algumas empresas já voltaram a fazer contratações. A expectativa é de que dentro de dois meses a situação esteja normalizada.

“Estamos finalmente saindo da escuridão e ingressando em uma nova fase de prosperidade para o setor”, diz aliviado o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer. A região Norte concentra atualmente mais de 60% da atividade no Estado. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), em Mato Grosso existem aproximadamente duas mil madeireiras.

Langer informou que mais de 50% das madeireiras do Norte do Estado chegaram a ficar paradas em dezembro de 2005 (ápice da crise), com o número de trabalhadores demitidos chegando próximo a 20 mil. Esses números também são confirmados pela Fiemt.

O principal problema enfrentado pelos madeireiros no final do ano passado foi a paralisação temporária das emissões das Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) e a morosidade na aprovação de novos projetos de manejo e extração de madeira. De acordo com sindicatos de madeireiros da região, a situação das empresas se agravou com a redução dos estoques de matéria-prima para movimentar as indústrias.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras de Sorriso (460 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), Chicão Bedin, o estoque de matéria-prima de muitas empresas chegou a se esgotar e algumas madeireiras tiveram que encerrar totalmente as atividades no final de 2005.

“A situação era crítica e estávamos temerosos quanto a um colapso total das indústrias madeireiras neste ano”, aponta Bedin.

Outra informação que preocupava o setor era com relação aos números do desemprego. A atividade madeireira empregava em 2004 cerca de 30 mil trabalhadores. Com a crise, apenas 900 madeireiras tiveram condições de manter suas atividades até o final de 2005, porém com um quadro bem reduzido de funcionários.

Na avaliação de Chicão Bedin, a crise de 2005 foi a maior dos últimos anos para o setor madeireiro.

Na região Norte do Estado, os municípios que sofreram maior impacto da crise foram União do Sul (onde quase 90% das madeireiras chegaram a ficar completamente paradas), Marcelândia, Paranaíta, Vera, Cláudia, Feliz Natal, Guarantã do Norte e Apiacás. Nessas regiões, a paralisação chegou a atingir mais de 70% das empresas.

O ex-presidente da Fiemt, Nereu Pasini, lembrou que uma das saídas para os empresários do setor madeireiro é investir em reflorestamento. “Precisamos incentivar a implantação de novos projetos florestais no Estado, pois a atividade é viável e gera muitos empregos”.

Mato Grosso cultiva atualmente uma área de 80 mil hectares em projetos de reflorestamento, sendo a maior parte das plantações formada por eucalipto (cerca de 90%) e teca.

A expectativa para os próximos cinco anos é de que o reflorestamento ocupe uma área de 500 mil hectares no Estado.





Fonte: Diário de Cuiabá

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