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Internacional
Quarta - 22 de Fevereiro de 2006 às 11:40

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Warren Kizza Besigye Kifefe tentará na quinta-feira, pela segunda vez, derrotar nas urnas o presidente Yoweri Museveni, encarnando a figura política na qual muitos ugandenses depositaram suas esperanças de mudança.

Kizza Besigye, de 49 anos, foi médico pessoal de Museveni, seu ministro e companheiro de guerrilha, e agora é o único que pode vencer o atual governante, que domina o país há 20 anos.

Nascido em Rukungiri, no sudoeste de Uganda, o candidato é filho de um policial, que morreu quando ele era criança. Em 1980, se formou em medicina na Universidade de Makerere, em Campala, uma das mais importantes do leste da África.

Besigye exerceu a medicina por um curto período no Quênia, mas logo mostrou que sua verdadeira paixão era a política e se uniu ao Exército de Resistência Nacional, liderado por Museveni, para derrubar o Governo de Milton Obote.

Antes, Besigye esteve preso durante dois meses em um hotel de Campala, onde foi torturado, acusado de apoiar os rebeldes, luta a qual se vinculou em 1982, sempre próximo a Museveni.

Museveni afirma agora que Besigye participou de poucas batalhas e que sua função principal era a de atender aos feridos.

Quando Museveni chegou ao poder, à frente do movimento rebelde que dirigia, em 1986, Besigye foi recompensado com o Ministério de Assuntos Internos, com 29 anos, uma nomeação que gerou inveja entre aqueles que consideravam que seu papel na guerrilha tinha sido pequeno.

Posteriormente, Besigye ocupou vários cargos no Exército, de onde se retirou em 2000, com a patente de coronel, e anunciou pessoalmente a Museveni que tinha a intenção de competir contra ele nas eleições presidenciais do ano seguinte.

Esta foi a última vez em que Besigye e Museveni estiveram frente a frente.

Nas eleições de 2001, Museveni ganhou com 69% dos votos, mas Besigye apresentou vários recursos judiciais em que denunciava supostas fraudes eleitorais.

Seus recursos foram rejeitados, por isso optou por deixar o país, pois temia que poderia ser preso ou assassinado, como disse após retornar de seu exílio da África do Sul, em 26 de outubro.

Besigye é o líder da Frente para a Mudança Democrática, uma coalizão de grupos políticos que se transformou na força que pode desafiar o poder mantido por Museveni há 20 anos.

Suas lealdades políticas estão mais nos centros urbanos e entre os eleitores com maior formação cultural, onde se deseja uma maior mudança em Uganda. Mas, no interior do país, seu apoio é mínimo, e isso definirá a votação de quinta-feira.

Besigye foi preso pouco após retornar a Uganda, em 14 de novembro, acusado de traição e estupro nos tribunais civis, e de terrorismo nos tribunais militares. Há poucas evidências dessas acusações, e seus partidários dizem que só têm motivação política.

A verdade é que essas acusações impediram o líder da oposição de se concentrar na campanha eleitoral, que teve que alternar com comparecimentos perante os tribunais.

Sua candidatura presidencial foi aprovada em 10 de dezembro pela Comissão Eleitoral, enquanto Besigye ainda estava na prisão, de onde saiu após pagar fiança no dia 2 de janeiro, em meio a resistências legais entre a Justiça civil e a militar.

Besigye é casado com Winnie Byanyima, ex-parlamentar que nas eleições de amanhã tentará obter novamente uma cadeira na Assembléia. Neste caso, também há outro laço que une Besigye a Museveni: Winnie foi namorada do presidente ugandense.





Fonte: EFE

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