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Internacional
Terça - 21 de Fevereiro de 2006 às 21:20

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A pressão sobre o presidente americano, George W. Bush, para que se suspenda a transferência do controle das operações portuárias dos EUA a uma empresa árabe aumentou hoje com a exigência do líder republicano no Senado, Bill Frist, de que o pacto seja adiado até revisão da Casa Branca.

Em duras declarações, Frist exigiu que o pacto, que dá a uma firma dos Emirados Árabes Unidos a gestão dos seis principais portos dos EUA, seja adiado até que uma revisão pelo próprio presidente.

Caso isso não aconteça, Frist, que é um dos republicanos mais poderosos no país e possível candidato à presidência em 2008, poderia apresentar um projeto de lei no Senado vetando a operação.

"A decisão de tornar esse acordo definitivo deveria ser adiada até que a administração faça uma revisão mais extensa sobre esta questão", disse o legislador republicano.

Segundo Frist, se o Governo não puder atrasar o processo, sua idéia é votar um projeto de lei que mantenha o pacto em suspenso até que seja feita uma revisão mais profunda da situação.

As declarações do dirigente republicano se juntam aos protestos de outros legisladores, tanto de seu partido como da oposição democrata, e de dois governadores republicanos, o de Maryland, Robert Ehrlich, e o de Nova York, George Pataki.

A "rebelião" ameaça se transformar em uma verdadeira dor de cabeça para a Casa Branca, no momento em que Bush tenta recuperar a iniciativa política com uma série de propostas sobre saúde e uso de tecnologias alternativas.

A polêmica surgiu quando a firma Dubai Ports World, uma empresa estatal árabe, comprou a companhia britânica Peninsular and Oriental Steam Navigation (P&O), que administra seis dos principais portos nos EUA: Filadélfia, Nova York, Nova Orleans, Nova Jersey, Miami e Baltimore (Maryland).

Os que são contra a aquisição alegam que a segurança nesses portos pode não ser confiável, e lembram que alguns dos terroristas que participaram dos atentados do 11 de setembro de 2001 eram dos Emirados Árabes Unidos.

Tanto Ehrlich como Pataki anunciaram que revisarão as licenças concedidas para a gestão dos portos em seus estados.

Em comunicado, Pataki declarou que está muito preocupado com a compra da P&O pela Dubai Ports World, e que garantir a segurança das operações do porto de Nova York "é primordial".

"Pedi à autoridade portuária de Nova York e de Nova Jersey que explorem todas as opções legais com as quais possam contar", acrescentou o governador nova-iorquino.

Ehrlich criticou que os estados não tenham recebido informação prévia sobre o acordo, que tem o sinal verde do Governo americano.

"Tínhamos que saber antes que o acordo fosse assinado, dado o grau da situação referente à segurança", explicou o governador de Maryland.

Além dos dois governadores, outros legisladores expressaram sua preocupação. Os senadores democratas por Nova York, Hillary Clinton, e por Nova Jersey, Bob Menéndez, disseram que a segurança dos portos "é muito importante para deixá-la nas mãos de Governos estrangeiros".

Uma empresa da Flórida, a Continental Stevedoring and Terminals (CST), apresentou uma liminar para impedir que a operação possa ser concluída.

A CST é uma subsidiária da Eller, uma empresa sócia da P&O, e alega que, com a aquisição, se transforma em "sócia involuntária" da firma árabe.

O Governo americano defendeu a transação e lembra, como disse o porta-voz do Departamento de Estado, que os Emirados são um aliado e um amigo de longa data dos EUA.

O chefe do Estado-Maior conjunto dos EUA, o general Peter Pace, defendeu hoje em entrevista coletiva - com a presença do Departamento de Segurança Nacional e do Pentágono - a aprovação do acordo, e assegurou que os Emirados são "um aliado firme" dos Estados Unidos.

O secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, minimizou a importância da polêmica, e lembrou que há muitos outros portos americanos cuja gestão está nas mãos de empresas estrangeiras.





Fonte: EFE

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