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Agronegócios
Terça - 21 de Fevereiro de 2006 às 17:04

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Ribeirão Preto, 21 - O presidente do Fórum Nacional dos Secretários da Agricultura, Antônio Duarte Nogueira Júnior, fez há pouco duras críticas ao governo federal na condução da política agrícola e, mesmo sem citar o nome de Roberto Rodrigues, direcionou-as ao ministro da Agricultura. Adepto de um estilo mais moderado, o secretário paulista afirmou que "o governo só atrapalha a agricultura" e a "capacidade de gerir (o setor) está muito aquém do esperado". Nogueira citou como exemplos da falta de capacidade de gerenciamento da agricultura a polêmica criada entre o Ministério da Agricultura e o governo do Paraná desde o surgimento dos focos de febre aftosa no País, o contingenciamento de verbas que culminaram no surgimento da doença e ainda na crise entre Rodrigues e a Secretaria de Defesa Agropecuária.

O titular da secretaria ligada às questões de sanidade, Gabriel Alves Maciel, foi cobrado publicamente a dar explicações ontem sobre as denúncias sobre pagamento de suborno por exportadores brasileiros a funcionários do governo da Rússia para furar o embargo imposto à entrada de carnes brasileiras naquele país por causa da aftosa. "Se há algum tipo de problema dentro da minha secretaria eu tenho de tomar uma decisão, mas ninguém age nesse governo", criticou Nogueira. "Há uma falta de planejamento e o governo está parado", continuou.

O presidente do Fórum Nacional dos Secretários da Agricultura prolongou as críticas classificando como "uma vergonha" as medidas tomadas ontem pelo governo federal para evitar o desabastecimento de álcool. O governo vai reduzir de 25% para 20% a mistura do anidro à gasolina, proibir exportações de álcool ainda não contratadas até o início da safra e reduzir de 20% para zero o imposto de importação do álcool. "Essa atitude deveria ter sido tomada em janeiro, quando acendeu a luz amarela no setor. Agora vão economizar 200 ou 300 milhões de litros de álcool, o preço do combustível vai subir na cola da gasolina, que vai, com certeza, aumentar de 2% a 3% em virtude da redução na mistura", afirmou Nogueira.

Por fim, o secretário paulista lembrou que ainda não há sequer uma ação firme do governo para a formação de um estoque regulador de álcool para evitar problemas de desabastecimento na entressafra. "O governo pode até revogar a lei da oferta e da procura, mas não vai evitar nunca problemas como o de agora se não agir", concluiu.





Fonte: Agência Estado

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