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Nacional
Segunda - 20 de Fevereiro de 2006 às 23:04

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O corretor Murilo de Almeida Rego e a mulher, Rogéria Costa Beber, depuseram hoje (20) na Sub-Relatoria de Fundos de Pensão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. o sub-relator, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), quis saber, entre outras coisas, porque o patrimônio e as operações realizadas por Murilo estão em nome da mulher.

Murilo Rego apresentou um atestado médico mostrando que é portador de distúrbio bipolar. A doença psiquiátrica, que até algum tempo era chamada de psicose maníaco-depressiva, não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos e tratamento terapêutico. O portador de distúrbio bipolar sofre alterações constantes de humor que variam da depressão à euforia.

Segundo o corretor, passar todo o patrimônio e os negócios para o nome da esposa foi a forma encontrada para "resguardar a família" e evitar que, num quadro de euforia, ele gastasse compulsivamente. Ele tem 85 imóveis no Rio de Janeiro, inclusive o apartamento de 400 metros quadrados em que mora num condomínio de luxo na Barra da Tijuca.

O corretor, que disse ser um "especulador" de mercado e não investidor, também foi questionado sobre seu relacionamento com políticos do PT e do PCdoB. Ele confirmou que doou R$ 20 mil para a campanha do vereador Fernando Gusmão (PCdoB-RJ), de quem se diz amigo pessoal. Rogéria, mulher de Murilo, trabalhou como secretária do vereador, entre 1999 e 2004.

O próprio Murilo foi assessor de então deputado federal e atual prefeito de Nova Iguaçu (RJ) Lindberg Farias, entre 1994 e 1996, quando este era do PCdoB. O corretor também disse que é amigo do ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno, há 10 anos. "Sou amigo do Sereno desde a época que ele era da CUT (Central Única dos Trabalhadores), mas nunca tivemos negócios juntos", afirmou Murilo.

Ele também destacou que nunca realizou qualquer operação de mercado com fundos de pensão. O corretor atribuiu a evolução de seu patrimônio a ganhos imobiliários, à doação de R$ 1,4 milhão que recebeu do pai, o empresário Haroldo do Rego Almeida, no ano passado, e a ganhos obtidos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Encerrado o depoimento, o sub-relator Antonio Carlos Magalhães Neto afirmou, em entrevista coletiva, que "está claro que existem movimentações financeiras incompatíveis com a avaliação patrimonial da família declarada ao Imposto de Renda". O deputado comentou também as relações do ex-secretário de Comunicação do PT com a família Rego Almeida. "Não tenho dúvida de que a relação entre Marcelo Sereno e a família Rego Almeida está concretizada com a influência dele nos fundos de pensão", disse.





Fonte: Agência Brasil

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