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Economia
Segunda - 20 de Fevereiro de 2006 às 22:33
Por: Rita Tavares

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São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, acredita que a taxa de câmbio está em "patamar problemático", o que poderá acarretar em problemas para alguns setores da economia brasileira, notadamente os que exportam. Segundo ele, os dados da balança comercial de janeiro já apontam alguma perda de dinamismo. "Se o Brasil tivesse uma taxa de câmbio entre R$ 2,60 e R$ $ 2,70, as exportações teriam disparado", afirmou, durante almoço hoje com empresários na Câmara França-Brasil.

Mantega disse acreditar que a valorização do real pode ser estancada em pouco tempo. "Esse problema caminha para uma resolução à medida que se tenha uma redução da taxa de juros e, simultaneamente, se tenha aumento das importações", opinou. Mais uma vez, o presidente do BNDES criticou os juros que estariam elevados, mas afirmou que há, agora, uma série de fatores que justificariam a redução das taxas.

De acordo com ele, a desoneração tributária dos investimentos estrangeiros em títulos públicos já provocou a queda dos juros de longo prazo. Ele citou também a redução do Risco Brasil - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do País. "É óbvio que o Copom vai ter de levar em consideração todos esses fatores e, em função disso, desacelerar mais rapidamente a taxa de juros", disse Mantega que não quis citar projeções para a Selic no final de 2006.

Ao ser indagado sobre a projeção do mercado de que os juros terminem o ano em 14,75% (expectativa da pesquisa Focus divulgada hoje), o que significaria uma redução de 2,5 ponto porcentual, Mantega evitou comentar. "Tem espaço para uma boa redução", disse. Ele afirmou que torce também para a queda da Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), ponderando que há espaço para que a taxa de juros nominal esteja entre 7% e 7,5% no fechamento deste ano.

Pedidos adiados Mantega disse ainda que algumas empresas estão adiando a conclusão de pedidos de financiamento junto ao BNDES em função da taxa de câmbio. Segundo ele, algumas empresas já poderiam ter concluído empréstimos, mas estariam esperando "uma melhoria" das taxas. "É claro que as empresas têm de pensar que, na hora da implantação, (o real apreciado) traz vantagens", disse, citando que uma eventual importação de máquinas ou equipamentos teria custo menor com o câmbio atual. Posteriormente, quando a empresa já está em fase da maturação, Mantega ponderou que as empresas torcem por uma taxa de câmbio melhor do que a atual, para ganharem mais com a exportação.





Fonte: Agência Estado

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