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Nacional
Segunda - 20 de Fevereiro de 2006 às 14:08
Por: Nelson Francisco

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O Brasil tem que unificar sua política de vigilância sanitária de defesa animal e vegetal ao contrário do que ocorre atualmente onde cada Estado tem seu próprio programa. A proposta foi defendida nesta segunda-feira (20.02) pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, na abertura da reunião técnica do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, que se encerra nesta terça-feira, na superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Várzea Grande.

No evento, que reúne delegados e representantes de órgãos de defesa sanitária de 16 Estados, Vettorato defendeu medidas urgentes para o País ganhar a confiança da União Européia e todos os países compradores da carne brasileira. “Como vamos convencer o nosso cliente que temos uma política uniforme?”, indagou o secretário, para quem o maior prejuízo que o País enfrenta em relação à aftosa são as políticas individuais de defesa animal e vegetal de cada Estado. “As políticas de cada Estado não coincidem com a política nacional”, assegurou Vettorato.

Segundo ele, o maior prejuízo que o País teve não foi apenas com a suspensão das exportações da carne em decorrência dos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná, mas a falta de procedimento único na política de defesa animal. “A melhor proposta dessa reunião seria fazer um conjunto de procedimentos para uniformizar as políticas de todos os Estados”, sugeriu o secretário. “Essa reunião talvez seja um marco para novos tempos para as questões da aftosa”.

O secretário lembrou que o Governo de Mato Grosso não tem medido esforços e “recursos para manter o status de Estado livre da febre aftosa”. Com um rebanho de 26,84 milhões de cabeça – o maior do País -, há dez anos Mato Grosso não registra nenhum foco de aftosa. “O Governo tem feito um grande esforço em parceria com a iniciativa privada”, sublinhou Vettorato.

O último caso de aftosa no Estado ocorreu em 16 de janeiro de 1996, no município de Colíder (648 km ao Norte de Cuiabá). De lá para cá, Governo e pecuaristas se uniram para reverter um quadro grave que afeta a balança comercial e a reputação do Estado e do País no mundo.

Para intensificar e manter fiscalização, foram repassados em janeiro, ao Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), 75 veículos para uso em atividades de defesa sanitária animal nos escritórios regionais. Os veículos foram adquiridos a um custo de R$ 1,5 milhão, provenientes do Fundo de Competitividade da Carne Bovina (FCCB). “A gente espera daqui para a frente estratégias únicas garantindo unidade no serviço de inspeção sanitária no Brasil”, argumento o presidente do Indea, Décio Coutinho. Na última etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, Mato Grosso obteve o maior índice nacional de cobertura vacinal: 99,45%.

O coordenador nacional do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, Jamil Gomes de Souza, assegurou que até 2009 o País estará livre da febre aftosa. Nas novas estratégias para erradicar a doença, assinalou ele, o País irá avançar e evitar cometer os erros do passado. “Temos que procurar todos os meios para erradicar a febre aftosa”, declarou Jamil.

Ele informou que a União Européia mantém restrição às importações de carnes brasileiras apenas para os Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Desde outubro, quando o Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura confirmou a ocorrência de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, a UE, que abrange 25 países, embargou a compra de carne bovina dos três estados. Após a confirmação do foco de febre aftosa no Paraná, um dos países do bloco solicitou o embargo das compras de carne de todos o País.

Após a confirmação de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, no início de outubro do ano passado, 52 países anunciaram embargos às carnes brasileiras, dos quais oito suspenderam as importações de todo o País, entre os quais, África do Sul, Chile, Colômbia e Ucrânia. As restrições foram desde animais susceptíveis, carnes bovina e suína e de aves a equipamentos para manutenção, abate e processamento de animais.





Fonte: AssessoriaSeder-MT

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