Repórter News - reporternews.com.br
Doméstica precisa levar o filho
A principal diferença entre as duas instituições cuiabanas que obtiveram resultados opostos no Enem 2005 reside entre seus alunos. Na Escola do Farina, onde a maioria pertence as classes A e B, encontra-se filhos de deputados e secretários de Estado, cuja renda familiar ultrapassa 30 salários mínimos. Na Benedito de Carvalho, os alunos do Ensino Médio, a maioria trabalhador, apresentam renda média de R$ 300, muitos para sustentarem famílias com mais de três pessoas.
A empregada doméstica Jussineide Ferreira dos Santos, de 31 anos, cumpre uma jornada diária de oito horas de trabalho, por um salário de R$ 370. Moradora do bairro CPA I, ela comparece à escola quase diariamente para cursar o segundo ano do Ensino Médio. Mas seu nível de concentração, conta, não é o desejado, porque está sempre atenta ao que o filho de sete anos, que vai com ele para a escola porque não tem onde deixá-lo, fica fazendo do lado de fora da sala.
“Eu quase desisti de estudar no ano passado por causa dele, porque tenho que traze-lo comigo. Muitas vezes, isso atrapalha a aula e, principalmente, minha concentração. Como ele não tem o que fazer na escola, fica interrompendo a aula, me chamando. Tem dia que prefiro não vir porque já chego cansada do serviço e não tenho disposição para isso”, relata a doméstica, questionando a ausência de salas nas escolas para as mães deixarem seus filhos durante a aula.
Jussineide quer concluir o Ensino Médio para tentar fazer cursos profissionalizantes e mudar de profissão. Mas horários para se dedicar aos estudos praticamente não existem, já que além do emprego, ainda trabalha como manicure aos sábados e domingos para aumentar a renda. “Este ano vou tentar ter mais disciplina para estudar nos domingos à noite. Meu filho diz que quer ser veterinário. Espero arranjar uma melhor profissão para ganhar mais dinheiro e poder ajudá-lo”, comenta. (NW)
A empregada doméstica Jussineide Ferreira dos Santos, de 31 anos, cumpre uma jornada diária de oito horas de trabalho, por um salário de R$ 370. Moradora do bairro CPA I, ela comparece à escola quase diariamente para cursar o segundo ano do Ensino Médio. Mas seu nível de concentração, conta, não é o desejado, porque está sempre atenta ao que o filho de sete anos, que vai com ele para a escola porque não tem onde deixá-lo, fica fazendo do lado de fora da sala.
“Eu quase desisti de estudar no ano passado por causa dele, porque tenho que traze-lo comigo. Muitas vezes, isso atrapalha a aula e, principalmente, minha concentração. Como ele não tem o que fazer na escola, fica interrompendo a aula, me chamando. Tem dia que prefiro não vir porque já chego cansada do serviço e não tenho disposição para isso”, relata a doméstica, questionando a ausência de salas nas escolas para as mães deixarem seus filhos durante a aula.
Jussineide quer concluir o Ensino Médio para tentar fazer cursos profissionalizantes e mudar de profissão. Mas horários para se dedicar aos estudos praticamente não existem, já que além do emprego, ainda trabalha como manicure aos sábados e domingos para aumentar a renda. “Este ano vou tentar ter mais disciplina para estudar nos domingos à noite. Meu filho diz que quer ser veterinário. Espero arranjar uma melhor profissão para ganhar mais dinheiro e poder ajudá-lo”, comenta. (NW)
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/318060/visualizar/
Comentários