Morales começa a definir postura boliviana em relação ao Chile

O novo Governo da Bolívia começou a definir neste fim de semana sua política em relação ao Chile, país ao qual reivindica a restituição de um acesso ao Oceano Pacífico, afirmou hoje o presidente boliviano, Evo Morales.

A Chancelaria começou, neste fim de semana, a esboçar sua postura em relação ao país vizinho em uma reunião extraordinária, disse Morales em um encontro com correspondentes estrangeiros realizado no Palácio de Governo de La Paz.

A reunião, que será concluída nas próximas horas nas proximidades do lago Titicaca, é presidida pelo ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca.

"Ainda não vamos lançar qual vai a ser a política oficial deste novo Governo", ponderou Morales, em referência à reivindicação marítima ao Chile. O presidente também indicou interessar à Bolívia "manter relações com todos os países".

Em entrevista publicada hoje pelo jornal "La Prensa", o chanceler Choquehuanca concordou com Morales em que a Bolívia ainda não tem "nenhuma posição" em sua política bilateral com o Chile, algo que será divulgado "quando for oportuno".

A Bolívia e o Chile não mantém diplomacia bilateral desde 1978 devido a uma disputa territorial que tem origem em uma reivindicação boliviana de reintegrar ao país uma faixa de terra junto ao Oceano Pacífico, perdida em uma guerra contra o Chile no século XIX.

No entanto, a relação entre os dois países melhorou nos últimas semanas, como o demonstra o fato de o presidente chileno, Ricardo Lagos, ter se transformado no primeiro governante deste país a assistir à posse de um colega boliviano - no caso, Morales - em 22 de janeiro.

Além disso, Morales fará o mesmo em março ao viajar a Santiago para participar da posse da futura presidente chilena, a socialista Michelle Bachelet.