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Internacional
Domingo - 19 de Fevereiro de 2006 às 10:00

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Os membros das Nações Unidas enfrentam este ano uma tarefa tão difícil e importante quanto a própria reforma da organização: a eleição do secretário-geral que substituirá Kofi Annan em 1º de janeiro.

Apesar de ainda ter dez meses pela frente, os Estados Unidos - na Presidência rotativa do Conselho de Segurança - já começaram a fazer consultas para que a escolha do chefe da diplomacia mundial nos próximos cinco anos seja até meados do ano.

"A busca de um secretário-geral é, possivelmente, a decisão mais importante que os países deverão tomar ao longo deste ano", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, que espera que a eleição ocorra, no máximo, em junho.

De acordo com a Carta do organismo, o secretário-geral deve ser nomeado pelos 15 países do Conselho - cinco permanentes com direito a veto e 10 não-permanentes - e ratificado pelos 191 países da Assembléia Geral.

Na prática, isto significa que os cinco membros permanentes - EUA, Reino Unido, França, China e Rússia - determinam quem ocupará o mais alto cargo da diplomacia internacional.

Os EUA já anteciparam que querem uma pessoa qualificada, sem importar a procedência e o gênero, e que não reconhece a alternância geográfica que vem sendo aplicada há décadas.

De acordo com esta regra informal, seria a vez de nomear um asiático, mas os EUA sugeriram que poderia ser um candidato da Europa Oriental, que nunca teve um secretário-geral.

Ele argumenta que, dos cinco grupos regionais da ONU, a Europa Ocidental teve três secretários gerais, a América Latina teve um, a Ásia também um, a África dois, mas não houve nenhum da Europa Oriental.

"Se há alternância geográfica, e se queremos tomar uma decisão justa, antes que um grupo vá para o segundo secretário-geral (em referência à Ásia), o outro grupo deve indicar o primeiro (em referência ao Leste Europeu)", declarou.

A China e a Rússia defendem a tradição e manifestaram sua preferência de que o novo secretário-geral seja asiático. O último asiático a chegar ao cargo foi há 34 anos, o birmanês U Than (1961-1971).

"Achamos que, com uma população de dois bilhões de pessoas, definitivamente a Ásia pode apresentar um candidato que seja o melhor qualificado", disse o embaixador chinês, Wang Guangya.

O embaixador da Rússia, Andrey Denisov, disse que Moscou prefere um asiático, mas não rejeita outras opções.

"Não rejeitamos os países do Leste Europeu, mas não ouvimos, por enquanto, nenhuma proposta prática", afirmou.

O Reino Unido concorda com a visão dos EUA de buscar a pessoa mais apta para o posto, sem importar de onde venha. A França, por meio de seu embaixador Jean Marc de la Sablière, disse que "os asiáticos têm prioridade, mas isso não significa monopólio".

Por enquanto, os três candidatos que divulgaram suas aspirações foram o vice-primeiro-ministro da Tailândia, Surakiart Sathirathai; o ex-subsecretário de Assuntos de Desarmamento da ONU, o cingalês Jayantha Dhanapala, e recentemente o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Ban Ki-moon.

Espera-se que surjam mais nomes, inclusive de mulheres. São possíveis candidatas a presidente do Sri Lanka, Chandrika Kumaratunga, e a presidente da Letônia, Vaira Vike-Freiberga.

Outros possíveis adversários são o ex-presidente da Polônia Alexander Kwasniewski, o ministro de Exteriores do Timor Leste e prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, e o ex-ministro das Finanças da Turquia e atual administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud), Kemal Dervis.

Também ganham força como favoritos o príncipe da Jordânia, Zeid Al-Hussein, atual embaixador de seu país na ONU, e o sueco Jan Eliasson, presidente da Assembléia Geral, apesar de seu porta-voz, Pragati Pascale, negar que ele esteja pensando em se candidatar.




Fonte: EFE

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