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Polícia Brasil
Sábado - 18 de Fevereiro de 2006 às 14:02

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O prazo de mais 60 dias seria o suficiente para concluir o inquérito da fuga espetacular do pistoleiro Célio Alves de Souza, um dos condenados pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, fundador da Folha do Estado. É o que acredita o delegado que preside as investigações, Clocy Hugueney, que protocolou pedido de prorrogação das investigações na 5ª Vara Criminal de Cuiabá.

Célio fugiu do presídio Pascoal Ramos no dia 24 de julho de 2005, sem disfarce, sem arrombar portas ou quebrar fechaduras.

Por esse motivo, a principal linha de investigação no inquérito é a de facilitação da fuga. Quatro agentes penitenciários são alvo das apurações, que, no dia 24, completam sete meses, e, se o pedido for aceito, duas prorrogações.

O delegado explica que a demora na conclusão se deve ao atraso ocasionado com a greve de 25 dias dos investigadores e escrivães, com a sua saída de férias e também com o acúmulo de trabalho. “Não me dedico exclusivamente a esse procedimento. Na delegacia tenho outros 140 inquéritos, dos quais muitos estão com os prazos atrasados e nos quais preciso dar continuidade”, informou.

O delegado lembra que precisa analisar as informações da quebra de sigilo telefônico e bancário dos investigados, e que precisa cruzar informações com as da reconstituição do local do crime. “Já recebi o laudo da reconstituição e ele me trouxe informações muito preciosas, porém, preciso de tempo”, considerou.

Hugueney informa que também trabalha com a possibilidade de Célio ter recebido ajuda externa na hora da fuga. “Ele saiu do presídio de dia, junto com familiares de presos, num fim de semana. Passou por quatro portões e acreditamos que tenha pulado o muro que dá acesso ao lado de fora”.

As informações preliminares dão conta que, depois de pular o muro, Célio deixou o local numa S 10 branca. “Quero concluir esse trabalho o quanto antes, pois quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para a apuração. Porém, ainda preciso de algumas diligências e ouvir algumas pessoas”.

Célio ocupava uma das celas do módulo de aço do Pascoal Ramos, onde dividia espaço com outros quatro presos, desde o início de 2005.

Célio cumpria mais de 73 anos de prisão

O pistoleiro Célio Alves de Souza cumpria pena de 73 anos e seis meses de prisão pelos assassinatos do empresário Sávio Brandão, do sargento José Jesus de Freitas, dos seguranças Fernandes Leite das Neves e Nailton Benedito de Souza, e ainda pela tentativa de homicídio contra Cilene Neiva da Cruz.

Célio foi apontado por seu ex-parceiro de pistolagem, Hércules de Araújo Agostinho, como o homem de confiança para executar os assassinatos a mando do crime organizado em Mato Grosso.

Célio, no entanto, sempre negou conhecer o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso no Uruguai e acusado de comandar o crime organizado no Estado.

Na época da fuga de Célio, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, afirmou não ter dúvidas em relação à facilitação da fuga.

Para o secretário, seria impossível alguém como ele deixar o local sem ser percebido.




Fonte: Folha do Estado

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