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Nacional
Sábado - 18 de Fevereiro de 2006 às 12:15

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São Paulo - O mercado de seminovos já não é o mesmo. Um a um, os primeiros modelos bicombustíveis lançados no Brasil estão chegando ao segmento de usados. Se há algum tempo os pátios das revendas tinham predominantemente carros movidos exclusivamente a gasolina ou a álcool, agora esses automóveis estão estacionados ao lado de concorrentes que podem ser abastecidos só com álcool, só com gasolina ou com a mistura desses dois combustíveis em qualquer proporção.

A tecnologia dos flexíveis, antes restrita aos clientes de carros zero-km hoje já atende ao comprador de seminovos. Há mais gente interessada em comprar bicombustíveis usados do que pessoas dispostas a se desfazer dos seus. "O flexível está no auge, não é mais uma experiência.

Ele é o objeto de consumo de quem trabalha com o carro e quer fazer economia", afirma Joanino Nunes, gerente de Seminovos da autorizada Chevrolet Viamar. Segundo ele, os clientes tendem a preferir esses carros. "Um Celta 2005 a gasolina custa cerca de R$ 20.500.O mesmo carro, flexível, sai por R$ 22 mil."

O mercado de seminovos está crescendo também em função dos flexíveis. "De setembro para cá as vendas aumentaram 30%", diz Luiz Cláudio dos Santos Manso, gerente de Seminovos da Volkswagen Sabrico. "As versões bicombustíveis de Gol e Fox não param na loja." Manso diz que a procura ainda é maior do que a oferta. "Por isso hoje você consegue vender bicombustível acima da tabela", diz.

"Temos algo de novo para oferecer no mercado de usados", afirma Marcos Leite, diretor de Vendas da Volkswagen Primo Rossi. Ele lembra que pouco antes da chegada dos flexíveis às revendas de usados a procura por modelos a álcool havia aumentado, já em função da "cultura bicombustível" que se instalou no setor. "Agora não é mais uma tecnologia exclusiva para quem tem carro zero", diz.



Cautela A boa fase dos seminovos bicombustíveis não significa que você deva correr para uma revenda e comprar um desses carros, ignorando os modelos só a gasolina ou a álcool. Dependendo tipo de uso e do tempo que se planeja ficar com ele, pode compensar levar um seminovo com motor "tradicional" - mesmo sob pena de ele desvalorizar mais no futuro - e deixar para mais tarde o sonhado flexível.

"Muitos fatores influenciam o mercado de usados", diz Marcos Leite, diretor de Vendas da concessionária Primo Rossi. "Hoje a motorização flexível é vista como mais um opcional. É como se fosse direção hidráulica ou ar-condicionado", afirma. Segundo ele, os veículos que não têm equivalentes flexíveis não sofreram grandes alterações de preço. "Também não acredito que os modelos a gasolina vão depreciar."

De fato, a análise das variações dos preços de alguns modelos aleatórios confirma que há outras leis que regem o mercado de seminovos. Além do tipo de motor, itens como estilo, relação custo-benefício e características visuais têm influência. Nos últimos seis meses alguns flexíveis tiveram seus preços valorizados e outros baixaram - o fenômeno se repete com carros só a gasolina. Joanino Nunes, gerente de Seminovos da Chevrolet Viamar, acredita que todo veículo tem seu público - e também seu preço. "Ou o carro flexível custa mais caro ou o modelo a gasolina fica mais barato. Acredito mais na primeira opção."

Como os estoques de seminovos a gasolina ainda estão cheios, há revendas que oferecem benefícios para quem adquire um desses carros.

Ele e Joanino Nunes, da Viamar, garantem que as últimas altas do preço do álcool não afetaram as vendas de flexíveis. No entanto, Valdir Eduardo Martins, sócio da WW Multimarcas, notou uma "esfriada" nas vendas de flexíveis. "Mas aconselho quem for comprar um seminovo a partir de 2005 a optar pelo flexível. O que vale é a possibilidade de escolha do combustível."



Bomba de combustível dura menos O mecânico Alaor Montini, dono de dois modelos flexíveis, diz que a mecânica dos bicombustíveis que estão no mercado é boa. “Meus clientes não reclamam.”O engenheiro mecânico Rubens Venosa, da Motor Max, confirma que esses carros são tão confiáveis quando os com motor só a gasolina ou a álcool. “Não há mudanças significativas em relação aos componentes.”

No entanto, ele diz que o desgaste da bomba de combustível dos flexíveis tende a ser maior porque o álcool é mais corrosivo. “Elas têm durado 50 mil km. Em modelos a gasolina, duram de 80 mil a 100 mil km.” Venosa lembra que alguns dos primeiros flexíveis lançados no mercado tinham bombas que duravam 10 mil km. “Mas elas já foram substituídas. Se não, acho que as fábricas fariam a troca em garantia.” Ele diz que o filtro de álcool também deve ser trocado com mais freqüência, a cada 15 mil km.




Fonte: Agência Estado

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