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Internacional
Sábado - 18 de Fevereiro de 2006 às 10:02

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Nove trabalhadores estrangeiros da multinacional Shell foram seqüestrados hoje na Nigéria por um grupo armado, no último ataque registrado na região petrolífera do Delta do Níger, confirmaram à EFE fontes da Presidência nigeriana.

Os trabalhadores, aparentemente de nacionalidade americana, egípcia, tailandesa e filipina, eram empregados da Shell subcontratados pela empresa Wilbros, companhia dos Estados Unidos encarregada do terminal de exportação de petróleo em Forcados, próxima à cidade petrolífera de Warri.

Até o momento se desconhecem os detalhes do seqüestro, embora as mesmas fontes tenham explicado que os trabalhadores foram atacados por um grupo armado nas primeiras horas de hoje e que o Governo atuará em breve.

O grupo armado, pertencente ao Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (Mend, sigla em inglês), comunicou por e-mail no começo da manhã que se dispunha a atacar todos os oleodutos, plataformas de produção e terminais de exportação da região do Delta, advertindo os estrangeiros a abandonar o país.

Na declaração, o grupo de militantes da etnia "ijaw", a mais importante da região, disse haver começado uma ofensiva contra o Governo e a indústria petrolífera por causa dos dois ataques aéreos lançados sobre eles na semana passada.

Na quarta e sexta-feiras, helicópteros militares equipados com metralhadoras foram utilizados para bombardear vários objetivos no Delta do Níger.

Os militares disseram que o ataque estava dirigido às embarcações de ladrões de petróleo da região, mas o Mend e a comunidade de líderes afirmaram que a intenção da ofensiva era destruir as comunidades, como represália pelos últimos ataques desse grupo armado.

A imprensa local informou hoje que pelo menos 15 pessoas morreram por causa do ataque de sexta-feira, que causou destruição em massa em três povoados da localidade de Okerenkoko, no distrito de Warri, ao sudoeste do país. Os povoados foram Ukpogbene, Seimgbene e Perezouweikoregbene.

A zona do Delta do Níger, que com uma produção de 2,4 milhões de barris de petróleo por dia representa um quarto da produção total da Nigéria, foi atacada pelo mesmo grupo em várias ocasiões.

No mês passado, militantes do Mend explodiram um oleoduto e seqüestraram quatro trabalhadores estrangeiros, mantendo-os reféns por 19 dias.

Dias depois, atacaram várias instalações petrolíferas matando um total de 22 pessoas entre soldados e policiais, além de três trabalhadores.

Entre suas demandas, o grupo pede o controle total do Delta do Níger e o pagamento de US$ 15 bilhões por parte da Shell ao Governo estatal em compensação pela poluição que a indústria gera na região.

Além disso, pede a libertação de dois líderes da etnia "ijaw" e do máximo dirigente da Força Popular de Voluntários do Delta do Níger (NDPVF), Mujahid Dokubo-Asari, detido por acusações de traição.





Fonte: EFE

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