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Internacional
Sábado - 18 de Fevereiro de 2006 às 09:03

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A mais recente manifestação foi do lado de fora do consulado italiano da cidade de Benghazi, aparentemente contra a declaração do ministro da Reforma do país, Roberto Calderoli, de que vestiria uma camiseta com as charges.

As caricaturas, publicadas primeiro em um jornal dinamarquês em setembro e recentemente em outros jornais ocidentais, ofenderam muçulmanos e vêm causando protestos violentos que já haviam matado cinco pessoas na última semana.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse que Calderoli, que do partido antiimigração Liga da Norte, deveria renunciar ao cargo.

As mortes ocorreram em confrontos entre as tropas de choque da polícia com centenas de manifestantes que jogavam pedras e tentavam invadir o prédio do consulado italiano.

Os manifestantes também atearam fogo ao prédio e a carros estacionados nos seus arredores; a televisão estatal líbia mostrou cenas de bombeiros tentando apagar as chamas.

Um funcionário do consulado italiano, Antonio Simoes-Concalves, disse à agência de notícias Associated Press que os policiais usaram gás lacrimogêneo e dispararam tiros, mas não conseguiram controlar uma multidão de mil pessoas.

Paquistão

Ainda nesta sexta-feira, o líder de um grupo radical islâmico foi preso no Paquistão para impedir que ele liderasse protestos contra as charges depois das orações desta sexta-feira.

Hafiz Mohammed Saeed estava planejando mais um protesto contra a publicação das charges que satirizam o profeta Maomé.

Mais de 100 pessoas foram presas e a polícia confirmou que aumentou as patrulhas em grandes cidades, além de fechar escolas e universidades para dispersar estudantes dispostos a participar de manifestações.



A Polêmica das Charges 30 de setembro de 2005: Jornais publicam as charges

20 de outubro: Embaixadores muçulmanos reclamam junto ao primeiro-ministro dinamarquês 10 de janeiro de 2006: Publicações norueguesas republicam as charges

31 de janeiro de 2006: Jornais dinamarqueses se desculpam 1º de fevereiro de 2006: Jornais na França, na Alemanha, na Itália e na Espanha republicam as charges

4-5 de fevereiro de 2006: Embaixadas dinamarquesas em Damasco e Beirute são atacadas 6-12 de fevereiro de 2006: Doze pessoas são mortas no Afeganistão quando forças de segurança reprimem os protestos

13-15 de fevereiro de 2006: Protestos violentos irrompem no Paquistão

Segundo a tradição islâmica, Allah e o profeta Maomé não podem ser retratados.

Um porta-voz de Saeed disse que vários policiais o colocaram em prisão domiciliar na manhã desta sexta-feira.

Ele havia programado um sermão na cidade de Lahore antes de liderar um protesto na cidade de Faisalabad.

O ministro da Informação, Sheikh Rachid disse que "o governo não vai permitir interrupção da paz e da ordem na sociedade".

Violência

Na quinta-feira centenas de milhares de pessoas participaram de uma manifestação pacífica em Karachi. Mas na quarta-feira três pessoas morreram em protestos no país.

Nos protestos do dia 15 lojas foram atacadas em Peshawar, uma lanchonete da rede americana KFC foi incendiada e um escritório de uma empresa de telefonia celular norueguesa também sofreu ataques.

Houve violência também no noroeste do país, perto da fronteira com o Irã e os estudantes tomaram as ruas de Lahore, apesar de protestos públicos estarem proibidos.

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, condenou a publicação das charges há duas semanas.

Correspondentes afirmam que muitos dos alvos atacados no Paquistão não têm relação com as charges e as manifestações têm sido uma demonstração de força pelos partidos islâmicos de linha dura.




Fonte: BBC Brasil

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