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Agronegócios
Sábado - 18 de Fevereiro de 2006 às 07:39

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A Associação dos Produtores de Arroz do Estado de Mato Grosso (APA/MT) está reivindicando recursos de R$ 86 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGF) para retirar do mercado local cerca de 250 mil toneladas (t) de arroz em casca. O pleito foi encaminhado no início desta semana ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ivan Wedekin.

O presidente da APA/MT, Ângelo Maronezzi, explica que o setor acumula problemas desde a safra passada e o volume ainda existente no mercado local pressiona as cotações da nova safra, já em colheita pelo Estado. “A safra 04/05 foi totalmente desfavorável ao agricultor, quando a remuneração deixou muito a desejar. Neste momento, a comercialização da safra nova não proporciona à saca preços acima de R$ 21, enquanto que o custo por saca, no atual ciclo produtivo, chega a R$ 28,50 (por saca 60 kg)”, argumenta. (Veja quadro ao lado)

O DIÁRIO tentou contato com o secretário Ivan Wedekin, mas ele não foi localizado. Por meio de contato com o gerente de Alimentos Básicos e analista de mercado do arroz, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Morceli, o recebimento do documento enviado pela APA/MT foi confirmado, inclusive cópia para sua gerência. “A demanda está no Mapa e vai ser avaliada. A União tem interesse em que o produtor direcione seus estoques e possa alongar a oferta”.

Maronezzi informa também que cópias foram enviadas às autoridades estaduais. Ele acrescenta que a compra deste volume representaria 23% do volume estimado para a produção 05/06.

O gerente conta que o EGF é um instrumento de política financeira e não de política da Conab e que o gerenciamento é feito pelo Banco do Brasil. “No último dia 7, em uma reunião em Brasília, o banco anunciou a liberação de R$ 350 milhões em EGF para o Brasil. “Os recursos estão disponíveis, já existem projetos de orizicultores gaúchos. O que precisa é que os produtores procurem pelos recursos. Não há valores específicos para os estados”, explica Morceli.

Ainda na “carta reivindicatória”, os orizicultores pedem que não sejam realizados, a curto prazo, leilões de venda do estoque de arroz em casca do governo Federal. “Existe a perspectiva de recuperação de preço do arroz em casca para o segundo semestre do ano de 2006, em função da drástica redução de área plantada no Estado, e por isso pedimos que a União adie vendas, como forma de impedir que os preços do arroz reduzam ainda mais”.

Com relação a este segundo pedido, Morceli explica que não há qualquer previsão de leilões de estoques federais. “O pedido dos agricultores mato-grossenses é apenas uma ação preventiva, porque não existe programação”.

Morceli estima que restem cerca de 400 mil/t a 500 mil/t da safra passada, considerando volume nas mãos do produtor e das indústrias, de um total de 2,05 milhões/t produzidas no ciclo passado. Para a atual safra, a Conab projeta uma produção estadual de 860 mil/t. Mato Grosso na safra 04/05 manteve-se como o segundo maior produtor de arroz do Brasil, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul.





Fonte: Diário de Cuiabá

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