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Internacional
Sexta - 17 de Fevereiro de 2006 às 14:03

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O capitão do Exército filipino Edmund Abella, que está liderando as equipes de resgate, disse que os soldados estão "afundando na lama".

"É muito difícil. Estamos cavando com as mãos, o lugar é tão grande, e a lama, muito grossa", descreveu o militar.

A presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, pediu que seus compatriotas "rezem por aqueles que morreram e que foram afetados pela tragédia".

Arroyo ordenou o envio de embarcações militares e da guarda-costeira para a área para servirem como hospitais flutuantes e centros de comando para as operações de resgate.

Infra-estrutura

O chefe da Cruz Vermelha nas Filipinas, Richard Gordon, disse que uma equipe de resgate já estava trabalhando no local e que um grupo equipado com cães farejadores estava a caminho para procurar por sobreviventes.

A Força Aérea das Filipinas enviou dois helicópteros para o local.

A Embaixada dos Estados Unidos em Manila informou que um barco da Marinha americana, que estava fazendo exercícios militares perto dessa área, também foi mandando para o local para oferecer assistência.

Muitos locais estavam inacessíveis, por causa das estradas bloqueadas e de pontes derrubadas.

"É muito difícil chegar até lá no momento, pois a cidade está coberta de lama", disse Gordon à BBC.

Um correspondente da BBC em Manila diz que testemunhas relataram que a terra tremeu antes de uma torrente de lama e pedras cobrir o vilarejo.

Histórico

Segundo informações da Cruz Vermelha, após uma chuva forte intensa, o vilarejo de Guinsaugon foi coberto por uma capa de lama de até dez metros de altura em alguns pontos.

Pelo menos 500 casas e uma escola foram destruídas.

Somente os topos de alguns coqueiros e alguns poucos telhados eram visíveis em Guinsaugon, que tinha uma população de 3 mil habitantes.

Há 15 anos, a ilha de Leyte foi palco de um dos piores desastres naturais da história das Filipinas, quando 5 mil pessoas morreram em conseqüência de enchentes.

Sobrevivente

Dario Libatan, um dos sobreviventes descreveu o momento do deslizamento: "O barulho foi como o da explosão de uma montanha e tudo desabou. Eu não conseguia ver nenhuma casa de pé".

A região atingida enfrentou dez dias de fortes chuvas antes do desastre. Segundo Eva Tomol, membro do governo provincial do sul de Leyte, houve 200 cm de chuvas no período.

Tomol negou que o desmatamento ilegal na região possa ter contribuído para o desastre.

Segundo a correspondente da BBC em Manila, Sarah Toms, Leyte fica numa área sujeita a vários furacões por ano e sofre com tempestades freqüentes.

A governadora da província do sul de Leyte, Rosette Lerias, disse que muitos moradores já haviam deixado a região na semana passada, temendo deslizamentos de terra, mas haviam começado a regressar conforme a chuva diminuía nos últimos dias.

"O solo estava realmente muito encharcado por causa da chuva. As árvores deslizavam para baixo junto com a lama", disse ela a uma rádio local.




Fonte: BBC Brasil

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