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Internacional
Sexta - 17 de Fevereiro de 2006 às 11:00

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, considerou uma "grande agressão" de Washington as críticas da secretária de Estado, Condoleezza Rice, contra seu Governo dois dias depois que representantes de ambos os países se reuniram nos EUA. "Há dois dias chegou para mim um relatório, eu o recebi com o grande otimismo, e hoje sai isto (as declarações de Rice). Estão loucos!", declarou Chávez aos jornalistas por volta de meia-noite de quinta-feira (2h de hoje em Brasília) no palácio de Governo.

O presidente esquerdista garantiu que cada vez que há alguma centelha de conciliação nas instáveis relações entre Caracas e Washington "saem os falcões" para desfazer o caminho.

"O Governo de (George W.) Bush não tem política internacional (...) ali não há Governo (...), aí enviam outros fatores", afirmou Chávez, após uma reunião noturna de mais de três horas com o primeiro-ministro de Granada, Keith Mitchell.

Apesar das declarações de "alguns altos funcionários" dos EUA que supostamente tentam isolar Caracas, "a opinião mundial está com a Venezuela" e reconhece os "avanços" do Governo "bolivariano", acrescentou Chávez.

Rice definiu na quinta-feira a Venezuela como "um dos maiores problemas" para os EUA no continente americano e qualificou de "particularmente perigosa" sua aliança com Cuba, em um discurso para Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes.

As declarações de Rice ocorreram dois dias depois que o subsecretário de Estado adjunto para a América Latina, Thomas Shannon, e o embaixador venezuelano nos EUA, Bernardo Alvarez, sustentassem uma reunião em Washington, cujos resultados foram qualificados de "otimistas" por Chávez.

Rice também falou na quinta-feira aos deputados americanos da necessidade de frear a influência da Venezuela na região, e assinalou que já entrou em contato com ministros de Exteriores de Brasil, Espanha e Áustria para dizer que "têm que prestar atenção ao que está acontecendo" no país sul-americano.

"Que agressão maior" que chamar outros países para supostamente confrontar a Venezuela, afirmou Chávez, que voltou a tachar de "imoral" o Governo Bush, ao que também acusa de estar interessado no petróleo da Venezuela, quinto exportador mundial de petróleo e quarto fornecedor mais importante dos EUA.

O chefe de Estado acrescentou que seu Governo seguirá "resistindo" às "agressões" de Washington, "derrotando" suas supostas intenções de isolá-lo, e "desenvolvendo o projeto internacional de um mundo multipolar".

Caracas e Washington mantêm relações diplomáticas conturbadas com insistentes acusações mútuas que citam a tendência "imperialista e intervencionista" do Governo Bush e as "intenções totalitárias" de Chávez, respectivamente.





Fonte: EFE

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