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Internacional
Quinta - 16 de Fevereiro de 2006 às 18:10

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A Federação de Entidades de Arroz da Argentina, junto da Associação Correntina de Plantadores de Arroz e a Federação de Cooperativas de Arroz da Argentina, emitiram um comunicado no qual alertam para o risco de que o Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) - o sistema de salvaguardas para o comércio entre o Brasil e a Argentina, criado há duas semanas pelos governos dos presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner - se transforme em uma faca de dois gumes, ferindo tanto produtores do país que o aplica como daquele que é o alvo de sua utilização.

O pronunciamento foi uma resposta ao anúncio feito há poucos dias pelo Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele declarou que o arroz e o vinho Made in Argentina poderiam ser o alvo da aplicação do MAC por parte de produtores brasileiros, que se consideram prejudicados pela ´invasão´ dos produtos de seus concorrentes argentinos.

Os produtores argentinos de arroz argumentam que se os produtores brasileiros pedirem a aplicação do MAC, prejudicarão, por tabela, os fabricantes de máquinas agrícolas do Brasil, que são os principais fornecedores dos fazendeiros deste país.

"Os produtores de arroz e os funcionários do governo brasileiro não mencionam o fato de que a maior parte das máquinas e ferramentas, tanto agrícolas como industriais que nosso setor utiliza para produzir são brasileiras. Nos perguntamos o que pensarão a respeito as indústrias metalúrgicas do Rio Grande do Sul, onde a maioria delas está instalada, casualmente o mesmo Estado ao qual pertencem os produtores que colocam objeções e obstáculos ao comércio bilateral", ressaltaram os argentinos em comunicado.

Ainda, com tom apocalíptico, eles afirmam que o MAC, para o setor na Argentina, implicará em sua extinção. Motivos para preocupação existem de sobra, já que o setor é tradicionalmente dependente do Brasil (os argentinos, per capita, consomem pouco arroz). Em 2004, 95,4% das exportações argentinas de arroz foram destinadas ao Brasil. Em 2005, a estimativa era que 63,5% das vendas desse produto para o exterior foram ao mercado brasileiro.

Os produtores de arroz completaram que não aceitarão "artifícios, abusos e argumentos sem sustentabilidade que pretendam impedir o livre comércio de arroz dentro do Mercosul."



Aplicação A expectativa é que nos próximos meses diversos setores argentinos peçam a aplicação do MAC, caso não obtenham um acordo favorável com os rivais brasileiros. Entre os setores mais dispostos a solicitar o sistema de salvaguardas está o têxtil e o de eletrodomésticos.

O MAC pretende impedir "invasões" de produtos brasileiros na Argentina e vice-versa. O sistema era exigido com insistência desde setembro de 2004 pelo governo Kirchner, que alegava que as indústrias brasileiras estavam "inundando" o mercado argentino com seus produtos, "depredando" a indústria nacional.





Fonte: Agência Estado

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