Governo iraniano condena "política brutal de Israel"

O ministro de Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, condenou hoje a "política brutal de Israel" no Oriente Médio e instou os libaneses à união nacional para fazer frente aos desafios que o país enfrenta.

"Condenamos a política brutal de Israel na região, destinada a criar um estado de caos e pânico", afirmou Mottaki à imprensa após reunir-se com o presidente do Líbano, Émile Lahoud.

O responsável da diplomacia de Teerã, que chegou ontem à noite a Beirute para uma visita de dois dias, também mostrou sua repulsa aos "países que apóiam tal política, que só trará insegurança e instabilidade ao Oriente Médio".

Mottaki acrescentou que "é um dever" dos países da região cooperar e consolidar a segurança da região no futuro.

O ministro iraniano disse ter examinado com o presidente libanês a situação do programa nuclear iraniano e instou o Líbano a um "diálogo construtivo e sério", que será "o melhor meio para resolver os problemas pendentes".

Por sua vez, Lahoud, cuja renúncia é exigida pela maioria anti-síria, assegurou que o Líbano é alvo de uma série de pressões destinadas a obrigá-lo a modificar sua política nacional e estratégica, que "alcançou vários êxitos, entre eles a libertação da maior parte do sul do país da ocupação israelense".

"A união dos libaneses e o apoio das nações irmãs e amigas, como o Irã e a Síria, ajudarão o Líbano a enfrentar pressões, sejam internas ou externas", acrescentou Lahoud.

O presidente assegurou que aqueles que afirmam querer estabelecer a democracia na região só buscam, de fato, tomar seu controle, em uma referência indireta aos Estados Unidos.

Lahoud garantiu que o Líbano está determinado a identificar os responsáveis pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri e advertiu "as forças internas e estrangeiras que tentam explorar este trágico crime para alcançar objetivos os quais foram incapazes de obter no passado".