O coordenador dos conselhos tutelares, Rivail França Barbosa, explicou que Cuiabá possui três entidades que recebem crianças e adolescentes em situação de risco e todas estão lotadas. Segundo ele, em alguns casos, é preciso a intervenção da Justiça para conseguir abrigar meninos e meninas. “Muitos parentes também não pegam essas crianças e nós ficamos atados em desenvolver um trabalho bom para essa criança e adolescente”, ressaltou.
Segundo a vice-presidente do projeto Nossa Casa, que funciona há 15 anos, Fátima Orlandim, a instituição corre risco de fechar as portas porque depende de doações. “Não está fácil formar um grupo que sustente a casa todo mês, com todas as despesas. Então, nós precisamos dos dois, tanto dos empresários quanto do convênio da prefeitura para não fechar”.
O abrigo do projeto Nossa Casa atende 17 adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos. Ele é o único da capital que atende meninos desta faixa etária e tem capacidade para receber no máximo mais três. Um desses adolescentes, de 14 anos, está no abrigo porque a mãe é usuária de drogas. A situação levou a Justiça a determinar que ele ingressasse no projeto. Dois irmãos dele também estão abrigados em outra instituição.
“Pretendo continuar aqui. Se voltar para a minha família, não vou estudar mais. É complicado porque tenho que cuidar dos meus irmãos”, relatou o menino.
Para a coordenadora do abrigo, Amábile Leite Coimbra, o abrigo ajuda as crianças e adolescentes a não se perderem, e depois de um tempo, pode voltar para a família. ”Quando o adolescente não é acompanhado na família acaba se perdendo e esse é o momento de agirmos e trazer o adolescente para o abrigo, mesmo que seja por pouco tempo. E depois, com o tempo, ele vai se firmando e pode até voltar para a família ou após 18 anos ele pode viver sua vida”, enfatizou.
Natal
Na véspera de Natal, um bebê foi retirado da mãe que encontrava-se bêbada, no bairro Grande Terceiro, caída sobre a criança. O Conselho Tutelar levou o menino para o Lar da Criança, mas a instituição se recusou a recebê-lo. Foi preciso registrar um boletim de ocorrência e levar o caso à Vara da Infância e Juventude.
“Estava superlotado. Os funcionários não queriam receber a criança. Com a situação, o conselheiro plantonista da noite acionou o juiz para que mandasse o mandado para que recolhesse essa criança”, contou Rivail.
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