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Pobreza impede que América Latina cresça mais, diz Bird
A pobreza impede que sejam atingidas taxas de crescimento econômico elevadas e sustentadas na América Latina, de acordo com relatório lançado nesta terça-feira pelo Banco Mundial (Bird).
O organismo internacional afirma que, para crescer mais e competir com a China e "outras economias asiáticas dinâmicas", os países latino-americanos precisam combater a pobreza de modo mais agressivo.
Segundo o relatório, o PIB per capita da América Latina caiu 0,7% durante os anos 80 e aumentou cerca de 1,5% na década seguinte, sem mudanças significativas nos níveis de pobreza da região.
Já na China, entre 1981 e 2000, as taxas anuais de crescimento per capita giraram em torno de 8,5% e o país registrou uma redução da pobreza de 42 pontos percentuais.
"O desempenho econômico da América Latina nas últimas décadas tem sido decepcionante, e a região ficou para trás em relação às economias asiáticas dinâmicas", afirma Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
"Entre outros fatores, a própria pobreza está dificultando o crescimento da região e, a menos que os entraves que afetam os pobres sejam abordados, será difícil alcançar um forte crescimento", acrescenta Cox.
Investimento
O Banco Mundial calcula que uma queda de 10% nos níveis de pobreza poderia gerar um aumento de 1% no crescimento econômico.
Em contrapartida, diz o relatório, uma elevação de 10% nos níveis de pobreza reduziria as taxas de crescimento da América Latina em 1%, e o volume de investimentos na região cairia o equivalente a até 8% do PIB.
Os pesquisadores do Banco Mundial afirmam que isso ocorre porque os mais pobres não têm acesso a crédito e a seguros e acabam não participando de atividades geradoras de renda que estimulam o investimento e o crescimento.
De acordo com o relatório, essa situação cria um "círculo vicioso" em que o crescimento baixo leva a um alto nível de pobreza, que, por sua vez, resulta em um menor crescimento.
No Brasil, a renda média de negros e pardos chega a pouco mais da metade do que ganham os brancos.
"Para transformar um círculo vicioso em virtuoso, precisamos iniciar um amplo ataque à pobreza", diz Guillermo Perry, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
"O combate à pobreza não é bom somente para os pobres, mas também é um bom negócio para toda a sociedade", acrescenta.
Desigualdade
De acordo com dados do relatório, a América Latina é uma das regiões com mais alto nível de desigualdade do mundo: cerca de 25% da população vive com menos de US$ 2 por dia.
Além disso, as crianças e jovens das famílias que representam os 20% mais pobres da população enfrentam um risco maior de fracassar na escola do que os filhos das famílias de classe média.
No Brasil, por exemplo, 55% dos jovens das famílias mais pobres deixam a escola antes de completar os estudos.
O relatório diz ainda que há uma diferença de 47% entre o salário médio de homens e mulheres no Brasil.
As populações indígenas e os negros da América Latina também sofrem com a desigualdade, segundo as estatísticas citadas pelo Banco Mundial.
Os índios da região ganham, em média, entre 46% e 60% daquilo que o resto da população recebe. No Brasil, a renda média de negros e pardos chega a pouco mais da metade do que ganham os brancos.
O estudo do Banco Mundial afirma que uma estratégia de redução da pobreza voltada para o crescimento deve ter como objetivo melhorar a qualidade da educação, expandir a cobertura do ensino médio e universitário e estimular o investimento em infra-estrutura.
"A transformação do Estado em um agente que promova a igualdade de oportunidades e pratique uma redistribuição eficiente da renda talvez seja o principal desafio enfrentado pela América Latina na implementação de melhores políticas, que, ao mesmo tempo, estimulem o crescimento e reduzam a desigualdade e a pobreza", conclui o relatório.
O organismo internacional afirma que, para crescer mais e competir com a China e "outras economias asiáticas dinâmicas", os países latino-americanos precisam combater a pobreza de modo mais agressivo.
Segundo o relatório, o PIB per capita da América Latina caiu 0,7% durante os anos 80 e aumentou cerca de 1,5% na década seguinte, sem mudanças significativas nos níveis de pobreza da região.
Já na China, entre 1981 e 2000, as taxas anuais de crescimento per capita giraram em torno de 8,5% e o país registrou uma redução da pobreza de 42 pontos percentuais.
"O desempenho econômico da América Latina nas últimas décadas tem sido decepcionante, e a região ficou para trás em relação às economias asiáticas dinâmicas", afirma Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
"Entre outros fatores, a própria pobreza está dificultando o crescimento da região e, a menos que os entraves que afetam os pobres sejam abordados, será difícil alcançar um forte crescimento", acrescenta Cox.
Investimento
O Banco Mundial calcula que uma queda de 10% nos níveis de pobreza poderia gerar um aumento de 1% no crescimento econômico.
Em contrapartida, diz o relatório, uma elevação de 10% nos níveis de pobreza reduziria as taxas de crescimento da América Latina em 1%, e o volume de investimentos na região cairia o equivalente a até 8% do PIB.
Os pesquisadores do Banco Mundial afirmam que isso ocorre porque os mais pobres não têm acesso a crédito e a seguros e acabam não participando de atividades geradoras de renda que estimulam o investimento e o crescimento.
De acordo com o relatório, essa situação cria um "círculo vicioso" em que o crescimento baixo leva a um alto nível de pobreza, que, por sua vez, resulta em um menor crescimento.
No Brasil, a renda média de negros e pardos chega a pouco mais da metade do que ganham os brancos.
"Para transformar um círculo vicioso em virtuoso, precisamos iniciar um amplo ataque à pobreza", diz Guillermo Perry, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
"O combate à pobreza não é bom somente para os pobres, mas também é um bom negócio para toda a sociedade", acrescenta.
Desigualdade
De acordo com dados do relatório, a América Latina é uma das regiões com mais alto nível de desigualdade do mundo: cerca de 25% da população vive com menos de US$ 2 por dia.
Além disso, as crianças e jovens das famílias que representam os 20% mais pobres da população enfrentam um risco maior de fracassar na escola do que os filhos das famílias de classe média.
No Brasil, por exemplo, 55% dos jovens das famílias mais pobres deixam a escola antes de completar os estudos.
O relatório diz ainda que há uma diferença de 47% entre o salário médio de homens e mulheres no Brasil.
As populações indígenas e os negros da América Latina também sofrem com a desigualdade, segundo as estatísticas citadas pelo Banco Mundial.
Os índios da região ganham, em média, entre 46% e 60% daquilo que o resto da população recebe. No Brasil, a renda média de negros e pardos chega a pouco mais da metade do que ganham os brancos.
O estudo do Banco Mundial afirma que uma estratégia de redução da pobreza voltada para o crescimento deve ter como objetivo melhorar a qualidade da educação, expandir a cobertura do ensino médio e universitário e estimular o investimento em infra-estrutura.
"A transformação do Estado em um agente que promova a igualdade de oportunidades e pratique uma redistribuição eficiente da renda talvez seja o principal desafio enfrentado pela América Latina na implementação de melhores políticas, que, ao mesmo tempo, estimulem o crescimento e reduzam a desigualdade e a pobreza", conclui o relatório.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/318787/visualizar/
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