Washington pede união entre Ocidente e muçulmanos reformistas

Os Estados Unidos, A União Européia (UE) e os muçulmanos europeus e reformistas do Oriente Médio devem se unir para defender a democracia, a liberdade e o respeito, ante a crise gerada pela publicação de charges do profeta Maomé na imprensa européia, destacou hoje um alto funcionário americano.

O secretário de Estado adjunto para Assuntos Europeus dos EUA, Daniel Fried, disse em entrevista coletiva que esta foi a mensagem que levou hoje às autoridades da UE e aos membros da comunidade muçulmana da Bélgica com os quais se reuniu.

Fried classificou como "animadora" sua reunião com os líderes da comunidade muçulmana belga, uma vez que "todos reconheceram e aplaudiram os valores da liberdade de expressão": "E quando falaram de sensibilidade, deixaram claro que não estavam pensando em censura e repressão".

"É um equívoco permitir que o diálogo seja dominado por vozes de extremismo irresponsável como as do regime iraniano", disse Fried ao comentar o concurso de charges sobre o Holocausto lançado por um jornal controlado pelo Governo do Irã.

Segundo o secretário, "a democracia, e não as distintas formas de ditadura em vigor na maior parte do Oriente Médio, é o sistema mais capacitado para unir e reconciliar os valores da tolerância, do respeito, da sensibilidade, da liberdade e da justiça." O alto funcionário, que viajará hoje a Berlim, disse que veio à Europa debater com as autoridades européias a crise das charges, que, segundo ele, "demorará para ser solucionada, já que o tema não é simples".