Israel desmente planos com os EUA para desestabilizar o Hamas

Altos funcionários do Governo desmentiram hoje que Israel elabore com os Estados Unidos planos para desestabilizar o próximo Governo palestino, que estará a cargo de um primeiro-ministro do movimento islâmico Hamas.

O suposto plano foi revelado hoje pelo jornal americano "The New York Times", o qual informa que a intenção é privar a Autoridade Nacional Palestina (ANP) dos fundos que recebe dos países doadores, o que obrigaria seu presidente, Mahmoud Abbas, a antecipar as eleições na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental.

As fontes do Governo israelense disseram esta manhã à rádio pública que "não sabem de contatos (com Washington) sobre esse assunto ou de planos nesse sentido".

Segundo o diário nova-iorquino, uma crise financeira na ANP, e a impossibilidade de pagar os salários de seus 137 mil funcionários, entre eles os efetivos dos organismos de segurança, obrigará o presidente Abbas a convocar novas eleições.

Os candidatos do Hamas ganharam por ampla maioria o pleito legislativo de 25 de janeiro e, portanto, esse movimento tem o direito de formar o próximo gabinete da ANP.

Dirigentes do Hamas estão em viagem por países árabes e um de seus objetivos, aparentemente, é conseguir ajuda financeira caso países doadores do Quarteto de Madri e outras fontes decidam cortá-la, como ameaçam.

A chefa da diplomacia israelense, Tsipi Livni, manteve na semana passada conversas com sua colega dos EUA, Condoleezza Rice, em Washington, com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e com os embaixadores dos países com direito a veto no Conselho de Segurança, para explicar a posição israelense em relação ao Hamas.

A maior parte da comunidade internacional condiciona a aceitação de um Governo do Hamas e a concessão de ajuda econômica a que os fundamentalistas islâmicos reconheçam Israel, deponham as armas e respeitem os acordos para negociar a paz.