Ex-vice sul-africano vai a julgamento por estupro

O julgamento do ex-vice-presidente sul-africano Jacob Zuma por uma acusação de estupro teve início nesta segunda-feira na Alta Corte de Johannesburgo. Acusado de ter violentado uma jovem de 31 anos em sua residência de Johannesburgo, Zuma, 63 anos, alega ser inocente.

Favorito durante muito tempo para suceder o presidente Thabo Mbeki em 2009, Zuma foi afastado de seu cargo pelo chefe de Estado em junho de 2005 por causa das suspeitas de corrupção que pesavam contra ele. O julgamento por corrupção deve começar em julho em Durban.

. No início da audiência desta segunda-feira, na qual Zuma se mostrou muito tenso, seus advogados pediram a mudança do juiz. Eles afirmaram que Bernard Ngoepe, presidente do tribunal, determinou em outro caso uma polêmica ordem de revista à residência e aos escritórios do ex-vice-presidente. Simpatizantes do antigo número dois do país se reuniram diante do tribunal, no centro de Johannesburgo. "Este homem é inocente. Se trata apenas de um complô e estamos dispostos a apoiá-lo até o final", afirmou Ben Matlala, de 30 anos. O processo marca um momento crucial na carreira política de Zuma, que há um ano era o grande favorito para a sucessão de Mbeki em 2009. Suas expectativas foram abaladas repentinamente em junho do ano passado com a condenação por corrupção de seu antigo conselheiro financeiro, Schabir Shaik. Na sentença, o tribunal mencionou uma "relação corrupta" entre Shaik e Zuma. Dias mais tarde Mbeki anunciou sua demissão. Seis meses mais tarde, as ambições políticas de Zuma sofreram um novo abalo, quando ele foi acusado de estupro. Segundo a acusação, a mulher, de 31 anos e que não teve o nome divulgado, foi estuprada na noite de 2 de novembro na residência do ex-vice-presidente em Forest Town, bairro elegante de Johannesburgo, para onde foi convidada pelo próprio Zuma, que pediu que ela dormisse no local e disponibilizou um quarto.

A suposta vítima afirma que já estava dormindo quando o ex-vice-presidente entrou no quarto e pediu uma massagem, o que ela se negou a fazer. Em seguida teria sido violentada.