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Internacional
Sábado - 11 de Fevereiro de 2006 às 20:05

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Os italianos irão às urnas nos dias 9 e 10 de abril em eleições gerais convocadas hoje, nas quais o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, e o ex-presidente da Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) Romano Prodi travarão uma disputa acirrada pela Presidência do novo Governo.

O pleito foi convocado pelo Conselho de Ministros depois que o Chefe do Estado, Carlo Azeglio Ciampi, dissolveu o Parlamento hoje, três meses antes do fim do mandato, uma vez que Berlusconi já tinha proposto o dia 9 de abril como data para o pleito.

Com a decisão de Ciampi termina a 14ª Legislatura, aberta oficialmente em 30 de maio de 2001, depois de Silvio Berlusconi ter sido reeleito liderando a coalizão de centro-direita, a Casa das Liberdades.

Convocadas as eleições, a campanha já começou, e entrou em vigor a lei conhecida como "Par Condicio", que proíbe a emissão de anúncios televisivos pagos pelos partidos no período eleitoral.

No entanto, são permitidas as mensagens gratuitas que a televisão pública RAI é obrigada a transmitir.

A pré-campanha é marcada pela maratona televisiva de Silvio Berlusconi, que apareceu em todas as redes do país para falar de seus acertos e acusar a oposição de envolvimento em um caso de corrupção.

O primeiro-ministro vem atacando há semanas seus opositores com a mesma denúncia, sobre as conexões entre política e negócios e o suposto envolvimento dos ex-comunistas - Democráticos de Esquerda (DS), legenda herdeira do Partido Comunista - na frustrada tentativa da seguradora Unipol de controlar os banco BNL.

A Unipol é controlada pelas chamadas "cooperativas vermelhas", vinculadas à esquerda ex-comunista, segundo Berlusconi, que fez duras críticas ao líder da coalizão de centro-esquerda União Romano Prodi e disse que votar neles é dar "um salto no vazio" e que seria "absurdo" que os italianos pudessem pensar em dar tal passo.

A oposição também não economizou críticas a Berlusconi, dizendo que é um homem desesperado que sabe que perderá as eleições.

Diante da troca de acusações, Ciampi pediu uma disputa "correta" e respeitosa entre as partes.

Ciampi defendeu que o debate eleitoral se relacione com os problemas que realmente interessam aos cidadãos, como o desenvolvimento econômico, social e civil do país.

A quase dois meses do pleito, as pesquisas publicadas pela imprensa nestes dias dão vantagem de cinco pontos à oposição (52% para a União e 47% para a Casa das Liberdades).

Há alguns dias, Berlusconi disse que havia paridade entre as duas coalizões e se mostrou convencido de que ganhará novamente. Ontem, o primeiro ministro declarou que se perder fará uma oposição leal.

Apesar das declarações, é possível notar o nervosismo do líder da direita, segundo analistas locais, por saber que desta vez será muito difícil vencer o pleito, embora também não seja tão fácil conquistar o voto da maioria como tem pensado os líderes de esquerda.

A lei eleitoral aprovada recentemente pela maioria de centro-direita representa o retorno ao sistema proporcional, beneficiando os mais votados e punindo os pequenos partidos.

O anúncio das eleições coincidiu com a apresentação do programa eleitoral da União. Prodi assegurou que a luta contra a evasão fiscal será feroz, e que eles apresentam apenas um candidato, enquanto a direita tem três (em referência a Berlusconi e seus aliados Pierferdinando Casini e Gianfranco Fini).

Berlusconi se comparou ontem a Napoleão, e hoje a esquerda assegurou que ele terá seu Waterloo, em referência à batalha perdida pelo estadista francês contra os ingleses na Bélgica e que acabou por determinar o fim de sua carreira ascendente na política.




Fonte: EFE

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