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Internacional
Sexta - 10 de Fevereiro de 2006 às 07:48

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Manifestantes sírios colocaram fogo nas embaixadas dos dois países, em Damasco, no sábado, em protesto contra a publicação de charges do profeta Maomé.

Paras as duas nações européias, a inação das autoridades sírias permitiu que os ataques acontecessem.

Além de abrigar a embaixada da Dinamarca, o prédio atacado também abriga as embaixadas do Chile e da Suécia na Síria.

Os manifestantes também atacaram a embaixada da Noruega em Damasco, atirando pedras e incendiando o local.

Também no sábado, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o governo do país vai considerar se cortará relações comerciais com países de jornais que publicaram as charges.

As charges apareceram inicialmente no jornal dinamarquês Jyllands-Posten em setembro e foram posteriormente republicadas por jornais de países como Alemanha, Itália, Holanda e Espanha – todos dizendo estar exercendo seu direito à livre expressão.

Prisão

O editor de um jornal jordaniano que republicou as charges que ofenderam muitos muçulmanos foi preso neste sábado.

Jihad Momani já havia sido demitido na sexta-feira e foi acusado de insulto religioso de acordo com a lei de imprensa do país.

O jornal em que Momani trabalhava, Shihan, publicou três das charges e um editorial que questionava se os protestos realizados por muçulmanos era justificado.

"Muçulmanos do mundo todo, sejam razoáveis", escreveu Momani. "O que traz mais preconceito contra o Islã, essas charges ou fotografias de seqüestradores cortando a garganta de um refém ou um homem-bomba que se explode durante uma cerimônia de casamento em Amã?".

Em carta de desculpas após sua demissão, Momani disse que não tinha a intenção de ofender ninguém.

Críticas

Ainda no sábado, o Vaticano criticou a publicação das charges. Por meio de seu porta-voz, Joaquin Navarro-Vals, disse que o direito à liberdade de expressão não implica no direito de ofender crenças religiosas.

"É necessário ter respeito mútuo se os países querem viver em paz."

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha também criticaram os jornais europeus que republicaram as charges.

Em Washington, o Departamento de Estado Americano descreveu os desenhos como ofensivos e acrescentou que não é aceitável incitar ódio étnico ou religioso.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw, disse que a liberdade de expressão não confere um comprometimento com o insulto.





Fonte: BBC Brasil

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