Bomba em festival xiita mata 23 no Paquistão

Em Hangu, no noroeste paquistanês, uma bomba explodiu em meio a um grupo de xiitas que participavam de uma procissão ligada ao festival.

Além dos mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas no ataque, supostamente realizado por um militante suicida, segundo as autoridades locais.

Por sua vez, Herat, no Afeganistão, foi palco de um confronto entre xiitas e sunitas após a procissão que celebrava a Ashura.

Granadas foram lançadas contra a multidão que participava das comemorações; prédios foram incendiados e houve trocas de tiros entre integrantes dos dois grupos religiosos.

Tanto no Paquistão quanto no Afeganistão a maioria da população é composta por muçulmanos sunitas.

Paquistão

Uma multidão reagiu ao ataque à bomba em Hangu ateando fogo em lojas e veículos e voltando-se contra a polícia, disse uma autoridade paquistanesa à agência de notícias Associated Press.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.

A explosão ocorreu em um mercado, no momento em que centenas de pessoas passavam em procissão depois de deixarem a principal mesquita xiita da área.

Ainda não se sabe ao certo quantas pessoas morreram nesta quinta-feira em Hangu.

Há informações de que houve trocas de tiros após a explosão, o que pode ter levado a mais mortes.

A Ashura lembra a morte do Imã Hussein, neto do profeta Maomé – fato que levou à divisão dos muçulmanos em xiitas e sunitas.



O festival religioso tem sido alvo de freqüentes ataques à minoria xiita no Paquistão, praticados supostamente por militantes sunitas.

Líderes religiosos xiitas e sunitas no fizeram apelos por calma no país.

Afeganistão

O correspondente da BBC em Cabul, a capital do Afeganistão, disse que, embora o país seja palco de violência étnica e política, é rato acontecer o tipo de confronto religioso observado nesta quinta-feira em Herat.

Segundo testemunhas, a polícia da cidade interveio depois que xiitas e sunitas começaram a se enfrentar.

Foram disparados tiros contra a multidão, segundo estas testemunhas, a fim de acabar com o tumulto.

Médicos disseram à BBC que pelo menos cinco cadáveres deram entrada nos hospitais da cidade.

Boa parte do Afeganistão tem estado em alerta nos últimos dias por causa dos protestos contra a publicação de charges do profeta Maomé em jornais europeus.