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Google quer digitalizar livros brasileiros
São Paulo - O Google, gigante americano da internet, está mesmo com fome de Brasil. Depois da visita ao País de seus fundadores, Larry Page e Sergey Brin, na semana passada, encontra-se em São Paulo o genovês Marco Marinucci, gerente de Desenvolvimento de Negócios do Google Books. Ontem, dia 8, ele fez uma apresentação para cerca de 70 integrantes da Câmara Brasileira do Livro (CBL), no Instituto Goethe, para apresentar aos editores e livreiros brasileiros seu serviço de digitalização e buscas em livros.
"Queremos lançar o Google Books em breve no Brasil", afirmou Marinucci, antes da reunião. Ele acrescentou que a empresa prefere anunciar o serviço em grandes eventos do setor. A Bienal do Livro de São Paulo acontece de 9 a 19 de março. Fora do Brasil, o projeto recebeu críticas duras. "Houve um certo problema de comunicação", disse o executivo. "Queremos evitar que aconteça aqui." A Associação Americana de Editoras Universitárias, que reúne 125 integrantes, chegou a enviar uma carta ao Google expressando preocupações com a possibilidade de desrespeito a direitos autorais.
O Google Books busca contratos com as editoras para ter em seu banco de dados versões digitais dos livros, que poderão ser buscadas pela internet. "Só mostramos cinco páginas por busca: a mais relevante, as duas anteriores e as duas posteriores", explicou Marinucci. "A qualidade é bem baixa. Não se trata de uma ferramenta para ler várias páginas. Elas não podem ser impressas, copiadas ou gravadas."
O executivo afirmou que o serviço deve ajudar a vender livros. Nos Estados Unidos, ele foi combinado com outros, como o Maps e o Local, para mostrar as livrarias mais próximas do internauta, e o Froogle, de comparação de preços de varejistas da internet, para incentivar a compra online do livro. Além disso, o Google mostra anúncios de texto no pé da página do livro digital, caso seja do interesse do editor, que recebe metade da receita gerada pelos cliques. Não há custo para o editor. Essa é a parte do projeto para livros sob direito autoral. O Google Books mostra o texto integral dos livros em domínio público. Ele fechou acordo com grandes bibliotecas do mundo para ter acesso a esse tipo de texto. Para os livros fora de catálogo, mas que ainda não caíram em domínio público, o Google mostra as bibliotecas em que podem ser encontrados. "Mais de 80% da informação do mundo está offline", afirmou Marinucci. A missão corporativa do Google é "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil".
O vice-presidente da CBL, Bernardo Gurbanov, afirmou, após a reunião, que as primeiras impressões foram positivas. "O Departamento Jurídico da CBL está estudando o contrato e, semana que vem, poderá oferecer um parecer aos associados", afirmou Gurbanov, que é dono da Letraviva, que vende e edita livros em espanhol. Ele disse que, após o sinal verde do Jurídico, planeja colocar no Google os livros que edita.
Na reunião, os editores expressaram preocupação com questões de segurança, por terem de entregar seus livros a uma outra empresa. Além disso, destacaram que o sistema pode não ser interessante para livros de referência, como dicionários, jurídicos e de receitas.
Projeto Gutenberg - Outras empresas da internet, como Yahoo! e Amazon, também têm programas de digitalização de livros. Mas o pioneiro é o Projeto Gutenberg. Criado em 1971 por Michael Hart, oferece de graça e em formato digital 17 mil livros em domínio público. Em um mês, são baixados quase 2 milhões de livros. Entre os mais procurados, Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, Ulisses, de James Joyce, e A Metamorfose, de Franz Kafka. Todos em inglês. Em entrevista ao Wall Street Journal, em dezembro de 2005, Hart reclamou: "Falei com o Google um ano antes de seu grande anúncio. Eles nos procuraram. Nos deixaram falar sobre tudo o que estávamos fazendo. Isso aconteceu na sede do Google. Nos deram um almoço grátis e tudo. Foram muito gentis, mas muito orientados a um plano de negócios. Num determinado momento, eles nos levaram até a porta. Então eu ouvi a respeito ao mesmo tempo em que todo mundo." Marco Marinucci, do Google, disse que é verdade a parte do almoço. "Mas a proposta de criar livrarias digitais está na origem do Google", ressalta.
"Queremos lançar o Google Books em breve no Brasil", afirmou Marinucci, antes da reunião. Ele acrescentou que a empresa prefere anunciar o serviço em grandes eventos do setor. A Bienal do Livro de São Paulo acontece de 9 a 19 de março. Fora do Brasil, o projeto recebeu críticas duras. "Houve um certo problema de comunicação", disse o executivo. "Queremos evitar que aconteça aqui." A Associação Americana de Editoras Universitárias, que reúne 125 integrantes, chegou a enviar uma carta ao Google expressando preocupações com a possibilidade de desrespeito a direitos autorais.
O Google Books busca contratos com as editoras para ter em seu banco de dados versões digitais dos livros, que poderão ser buscadas pela internet. "Só mostramos cinco páginas por busca: a mais relevante, as duas anteriores e as duas posteriores", explicou Marinucci. "A qualidade é bem baixa. Não se trata de uma ferramenta para ler várias páginas. Elas não podem ser impressas, copiadas ou gravadas."
O executivo afirmou que o serviço deve ajudar a vender livros. Nos Estados Unidos, ele foi combinado com outros, como o Maps e o Local, para mostrar as livrarias mais próximas do internauta, e o Froogle, de comparação de preços de varejistas da internet, para incentivar a compra online do livro. Além disso, o Google mostra anúncios de texto no pé da página do livro digital, caso seja do interesse do editor, que recebe metade da receita gerada pelos cliques. Não há custo para o editor. Essa é a parte do projeto para livros sob direito autoral. O Google Books mostra o texto integral dos livros em domínio público. Ele fechou acordo com grandes bibliotecas do mundo para ter acesso a esse tipo de texto. Para os livros fora de catálogo, mas que ainda não caíram em domínio público, o Google mostra as bibliotecas em que podem ser encontrados. "Mais de 80% da informação do mundo está offline", afirmou Marinucci. A missão corporativa do Google é "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil".
O vice-presidente da CBL, Bernardo Gurbanov, afirmou, após a reunião, que as primeiras impressões foram positivas. "O Departamento Jurídico da CBL está estudando o contrato e, semana que vem, poderá oferecer um parecer aos associados", afirmou Gurbanov, que é dono da Letraviva, que vende e edita livros em espanhol. Ele disse que, após o sinal verde do Jurídico, planeja colocar no Google os livros que edita.
Na reunião, os editores expressaram preocupação com questões de segurança, por terem de entregar seus livros a uma outra empresa. Além disso, destacaram que o sistema pode não ser interessante para livros de referência, como dicionários, jurídicos e de receitas.
Projeto Gutenberg - Outras empresas da internet, como Yahoo! e Amazon, também têm programas de digitalização de livros. Mas o pioneiro é o Projeto Gutenberg. Criado em 1971 por Michael Hart, oferece de graça e em formato digital 17 mil livros em domínio público. Em um mês, são baixados quase 2 milhões de livros. Entre os mais procurados, Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, Ulisses, de James Joyce, e A Metamorfose, de Franz Kafka. Todos em inglês. Em entrevista ao Wall Street Journal, em dezembro de 2005, Hart reclamou: "Falei com o Google um ano antes de seu grande anúncio. Eles nos procuraram. Nos deixaram falar sobre tudo o que estávamos fazendo. Isso aconteceu na sede do Google. Nos deram um almoço grátis e tudo. Foram muito gentis, mas muito orientados a um plano de negócios. Num determinado momento, eles nos levaram até a porta. Então eu ouvi a respeito ao mesmo tempo em que todo mundo." Marco Marinucci, do Google, disse que é verdade a parte do almoço. "Mas a proposta de criar livrarias digitais está na origem do Google", ressalta.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/319719/visualizar/
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