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Agronegócios
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 23:39

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No ano passado, quando foram descobertos vários casos da doença no Brasil, a Argentina foi muito rígida com o Brasil e suspendeu as compras de carne até Santa Catarina. Em outubro, depois de confirmado o primeiro caso no Mato Grosso do Sul, a Argentina suspendeu as importações de animais suscetíveis à aftosa e também subprodutos oriundos do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Brasília - Mesmo amargando o embargo de 56 países à carne nacional, o Ministério da Agricultura optou por adotar uma medida amigável e manteve o comércio de carnes e animais com a Argentina, país que confirmou hoje o diagnóstico de um foco de aftosa na província de Corrientes.

Depois do presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentícia (Senasa), Jorge Amaya, ter avisado, por telefone, à Secretaria de Defesa Agropecuária sobre a ocorrência, a orientação do ministério foi a de pedir que os veterinários das superintendências de agricultura nos Estados "fiquem mais vigilantes" em relação ao trânsito de animais e produtos vindos da Argentina. A atenção deve ser redobrada nos Estados que fazem fronteira com o país vizinho, orientou o ministério.

No ano passado, quando foram descobertos vários casos da doença no Brasil, a Argentina foi muito rígida com o Brasil e suspendeu as compras de carne até Santa Catarina. Em outubro, depois de confirmado o primeiro caso no Mato Grosso do Sul, a Argentina suspendeu as importações de animais suscetíveis à aftosa e também subprodutos oriundos do Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em janeiro, Buenos Aires flexibilizou o embargo e retomou as importações de carne suína de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.



Setor privado cobra decisão mais dura O foco foi descoberto no Nordeste da Argentina, região que faz fronteira com o Rio Grande do Sul (280 quilômetros de distância até a fronteira do Estado) e está a 25 quilômetros do Paraguai. O setor privado cobrou do governo o fechamento da fronteira como forma de evitar o risco sanitário, cautela necessária principalmente depois que vários casos da doença foram diagnosticados no Mato Grosso do Sul e no Paraná. "É um erro não fechar a fronteira. Os Estados poderão fazer isso de forma unilateral", disse o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

Ele disse que tentará se reunir hoje com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para alertá-lo da situação. Por enquanto, o posicionamento do Brasil é adotar uma atitude "camarada" em relação aos argentinos, mesmo que a posição signifique colocar em risco a condição sanitária do rebanho brasileiro. O grande temor é em relação ao Estado de Santa Catarina, único reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de aftosa sem vacinação. "Os animais de Santa Catarina têm imunidade zero, ou seja, estão desprotegidos", alertou, de forma reservada, uma fonte do ministério.

Por meio da assessoria de imprensa do ministério, o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, não deixou claro se as fronteiras serão fechadas para animais e carnes, procedimento normal em casos de aftosa. "A tendência do Brasil é adotar, em relação à Argentina, o mesmo critério que esse país aplicou quando ocorreram os focos no Brasil", informou. Em 2002, o governo brasileiro fechou suas fronteiras por causa de um caso de aftosa registrado na província argentina de Salta.





Fonte: Agência Estado

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