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Internacional
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 17:34

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Meses depois de um processo judicial que comoveu a França e levou para a prisão vários inocentes acusados injustamente de abusos sexuais contra menores, o magistrado encarregado do caso foi interrogado por uma comissão parlamentar que pretende esclarecer as circunstâncias do caso.

As declarações do jovem juiz de instrução Fabrice Burgaud, 34 anos, considerado o principal responsável pelo desastre, provocaram uma grande expectativa em toda a França. O país inteiro assistiu em 2004 ao julgamento que mudou para sempre a vida de várias pessoas injustamente acusadas.

"Hoje, mais do que qualquer outra coisa, sinto seu sofrimento e compreendo tudo o que devem ter passado: a prisão, a separação de seus seres queridos, até de seus filhos, e o fato de ver sua honestidade questionada", declarou o magistrado.

O juiz Burgaud, que se ocupou desde o ano 2000 do chamado "caso Outreau" (nome da cidade do norte da França onde ocorreram os fatos), passou de acusador a acusado. No entanto, a comissão não tem poderes para puní-lo e, segundo os especialistas, o magistrado é apenas um pequeno elo na grande cadeia de erros judiciais cometidos.

"Sei que isto pode parecer estranho, mas acredito ter realizado meu trabalho de forma honesta", admitiu o magistrado, nervoso e pálido, explicando que durante a instrução ninguém lhe disse que "estava indo pelo caminho errado".

No total, 13 dos 17 acusados de abusos sexuais e torturas coletivas a 18 menores foram libertados pela justiça em 2004 e 2005, por falta de provas. Alguns deles já haviam passado quase três anos na prisão.

Outro dos acusados morreu na prisão por excesso de remédios e outros três continuam presos e são considerados culpados tanto de abusos sexuais a menores quanto de acusarem injustamente amigos e vizinhos por estes crimes.

Depois de três semanas de audiências em 2004, os testemunhos que levaram à prisão dos acusados se revelaram totalmente falsos. Até o presidente Jacques Chirac pediu publicamente desculpas aos acusados.





Fonte: Terra

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