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Internacional
Terça - 07 de Fevereiro de 2006 às 07:18

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Observadores de vários governos e organizações como a União Européia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) estão no país para acompanhar a votação, que começará as 6h do horário local (9h em Brasília).

A data chegou a ser adiada quatro vezes por causa de problemas técnicos, mas desta vez o Conselho Nacional Provisório e a Organização das Nações Unidas (ONU) que, junto com a OEA está ajudando o Haiti na organização do pleito, diz que o país tem todas as condições logísticas para realizar a eleição.

"O Haiti está recebendo o melhor que existe em termos de tecnologia para eleições. O software de impressão digital é da mesma empresa que fornece para o Departamento do Interior dos Estados Unidos", afirma o responsável na ONU pela organização da votação, Gerard Le Chevalier.

Segurança

Cerca de 3,5 milhões de eleitores estão registrados para votar em 802 centros espalhados por todo o país, a exceção de Cité Soleil, favela de Porto Príncipe que serve de reduto para gangues armadas.

"Não podemos colocar funcionários e estações eleitorais onde há tiroteios todos os dias", disse Le Chevalier, justificando a decisão de excluir a área do mapa de votação.

O diplomata reconhece que a falta de segurança é o principal problema nas eleições desta terça-feira, apesar de um grande esquema montado pela ONU em parceria com a polícia nacional para proteger os eleitores.

"É claro que há um problema de insegurança. Estas não são eleições na Suíça, na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos. É por isso que é uma operação de paz, estamos aqui porque há problemas neste país ou não estaríamos aqui."

Ainda assim, Le Chevalier, que já trabalhou na organização de eleições em 40 países, descarta temores de organizações humanitárias de que o medo vai impedir os haitianos de votarem.

"As pessoas votaram no Afeganistão, no Iraque, em El Salvador e daí? Este é um país que já enfrentou insegurança muitas vezes. O Exército estava atirando neles há apenas 20 anos."

Segundo o diplomata, as autoridades eleitorais deverão divulgar os resultados iniciais na quarta-feira à noite, para evitar que as pessoas tomem as ruas reivindicando a vitória do seu candidato sem base nos resultados.

Ainda que a eleição corra bem do ponto de vista logístico, Le Chevalier diz que o que vai definir o seu fracasso ou sucesso só ficará claro quando um novo governo assumir.

"Organizar eleições é muito fácil, é carregar caixas de um lado para o outro, o que interessa é se ela contribui para melhorar o país ou não, se dá governabilidade ou não”, disse Le Chevalier.

Candidatos

Pesquisas de opinião realizadas no fim de janeiro indicam que o ex-presidente René Préval, um ex-aliado de Aristide, é o favorito, com 37% das intenções de voto.

Durante a campanha, Préval tentou se distanciar de Aristide, que se exilou na África do Sul depois da revolta popular que o derrubou.

No entanto, analistas divergem sobre a vontade e a capacidade de Préval de conduzir um governo sem Aristide.

"Se Préval for presidente, Aristide estará de volta em uma semana e esta será uma das maiores catástrofes desde que Aristide foi eleito", diz o candidato Charles Henri Baker, o principal adversário de Préval na eleição desta terça.

Além de Baker, um empresário branco com 10% de apoio segundo as pesquisas, apenas o ex-presidente Leslie Manigat aparece com uma porcentagem significativa nas pesquisas, 8%. Os outros 31 candidatos são raramente vistos nos cartazes que cobrem Porto Príncipe.

Membros do governo interino, liderados pelo president Boniface Alexandre e o primeiro-ministro Gerard Latortue, foram proibidos de participar das eleições.

Os haitianos também escolhem nesta terça-feira os 129 parlamentares para compor o novo Parlamento, cuja função é atualmente exercida interinamente por um órgão chamado de Conselho dos Sábios.

Embora não haja projeções para a composição do novo Parlamento, analistas dizem que os resultados são fundamentais para a governabilidade do país.




Fonte: BBC Brasil

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