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Internacional
Segunda - 06 de Fevereiro de 2006 às 11:29

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Londres - A National Portrait Gallery de Londres acredita ter resolvido um dos grandes enigmas da literatura: qual era a fisionomia de William Shakespeare. Embora as obras do maior dramaturgo de todos os tempos sejam mundialmente conhecidas, sua aparência física foi um mistério durante séculos.

Depois de quatro anos de muita pesquisa, analistas da Galeria analisaram seis retratos que julgavam ser do dramaturgo com a ajuda de raio-x e outras provas científicas, considerando que a verdadeiro é a que mostra o autor de Hamlet com barba e um brinco dourado.

O retrato, que pertenceu ao duque de Chandos e foi batizado com o seu nome, mostra Shakespeare em torno dos 40 anos, o que coincide com a data da pintura, entre 1600 e 1610.

Outro dado a seu favor é sua procedência: a obra foi pintada por John Taylor, ator e amigo do dramaturgo, e doada à Galeria por Lorde Ellesmere em 1856. De fato, é o primeiro retrato cedido ao museu.

Os analistas da National Portrait Gallery foram capazes de ver, através das camadas de verniz e pintura acumuladas sobre o retrato, que o brinco usado por Shakespeare estava na obra original, embora parte da barba e o cabelo foram acrescentados posteriormente.

O retrato e os outros cinco considerados falsos fazem parte de uma grande exposição organizada pela galeria londrina por conta de seus 150 anos, e foi intitulada Buscando Shakespeare. Também será exposta ao público a gravura feita por Martin Droeshout, uma das imagens de Shakespeare freqüentemente reproduzidas nos livros e cartazes sobre o dramaturgo. Mas, como descobriram os analistas do museu, quando Shakespeare morreu, em 1616, o autor da gravura tinha apenas 15 anos, e é provável que eles não tenham se conhecido.

Outra famosa representação do escritor é o retrato conhecido como Grafton, pintado por um artista anônimo em 1588, quando o poeta de Stratford-upon-Avon tinha completado 24 anos, informação que consta numa inscrição na parte superior do quadro. O retrato, emprestado à galeria londrina pela Biblioteca John Rylands, de Manchester, representa um jovem de cabelos castanhos e ondulados e olhos cinzentos, usando um escarlate de seda.

Segundo os especialistas da galeria, Shakespeare, que era um ator itinerante e acabava de ser pai de gêmeos, além da filha já nascida quando tinha 19 anos, dificilmente teria condições de ostentar um acessório tão luxuoso como o que aparece no retrato, como relata hoje o Sunday Times Magazine.



Embora só tenha sido possível reconstruir a vida de Shakespeare (1564-1616) parcialmente, a exposição tentará também trazer dados novos, com a pesquisa de seus colaboradores, além de outros atores e dramaturgos da época.

As incógnitas ao redor de Shakespeare não param por aí. Quase 400 anos após sua morte, os estudiosos também não chegaram a um acordo sobre a real identidade do autor, atribuída por alguns a personagens como o filósofo Francis Bacon, o famoso dramaturgo Christopher Marlowe ou Edward de Vere, o conde de Oxford.





Fonte: EFE

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