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Internacional
Segunda - 06 de Fevereiro de 2006 às 11:16

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O primeiro julgamento nos Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro de 2001 começa nesta segunda-feira, perto de Washington, com a seleção dos jurados que decidirão o destino do francês Zacarias Moussaoui, único processado e passível da pena de morte.

A juíza encarregada do caso, Leonie Brinkema, prevê que o processo de seleção do júri (12 titulares e seis suplentes) levará um mês.

Seleção

Quinhentas pessoas serão submetidas a um questionário de 40 páginas sobre seu estado civil, crenças e conhecimento do caso para habilitar-se à seleção.

Por segurança dos candidatos, o bairro do tribunal foi isolado e a presença da imprensa está proibida. Os jurados escolhidos não podem ser fotografados, nem ilustrados pelos desenhistas durante as audiências.

Suas respostas serão analisadas com lupa pela defesa e acusação, antes de uma segunda etapa destinada ao interrogatório e recusa de jurados considerados não neutros.

No dia 6 de março, os debates poderão começar por um período de um a três meses.

Participação de Moussaoui

Mais de três mil vítimas; duas torres de 110 andares, símbolos de Manhattan, desabadas em chamas e seis dias de fechamento de Wall Street. Moussaoui, de 37 anos, admitiu sua cumplicidade em todos esses fatos em 22 de abril de 2005.

Seus advogados, no entanto, tentarão dissuadi-lo e a juíza deu três dias para que reflita a respeito. Mas ele já assinou uma confissão, segundo a promotoria.

Moussaoui, autoproclamado "escravo de Alá", negou, no entanto, mais tarde, qualquer participação nos atentados.

Independente de sua admissão de culpa ou não, o tema dos debates está centrado na sentença a ser dada: a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional ou a pena capital.

Conduzidos por juristas experientes, em particular o abolicionista Gerald Zerkin, na defesa de Moussaoui, e o promotor David Novak, na acusação, o processo se anuncia apaixonante.

O governo quer demonstrar, em particular, que no momento de sua prisão por causa de um visto vencido, em 16 de agosto de 2001, em Minnesota (norte), três semanas antes dos atentados, Moussaoui sabia dos ataques e mentiu para torná-los possíveis.

A defesa vai responder com uma arma política, tentando provar que o governo sabia sobre a possibilidade dos ataques muito mais do que Moussaoui. Tentará ainda estabelecer que o réu sofre de esquizofrenia, uma circunstância atenuante, com base em antecedentes familiares.




Fonte: EFE

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