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Internacional
Domingo - 05 de Fevereiro de 2006 às 08:10

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu neste sábado para botar abaixo o imperialismo americano para salvar o planeta, num discurso depois de uma marcha de apoio à sua reeleição em Caracas. Milhares de pessoas foram às ruas de Caracas neste sábado em apoio ao presidente.

Chávez pediu para os venezuelanos fazerem todos os esforços "para que 200 anos depois (do herói independentista Simón Bolívar) derrotemos o imperialismo e contribuamos para salvar a vida neste planeta botando abaixo este perigoso império que ameaça o mundo inteiro". "É uma responsabilidade nossa unirmo-nos a outros países da América e a correntes progressistas dos Estados Unidos", acrescentou.

Milhares de partidários do presidente venezuelano Hugo Chávez iniciaram neste sábado sua campanha pela reeleição em dezembro com uma marcha em recordação ao fracassado golpe de 1992.

A mobilização aconteceu um dia depois que os Estados Unidos expulsaram a diplomata venezuelana Jenny Figueredo Frías em resposta à medida similar de Caracas contra o adido naval deste país na Venezuela, John Correa, acusado de espionagem envolvendo outros cinco efetivos venezuelanos atualmente investigados.

No entanto, a maioria dos cartazes da concentração se referia ao trabalho do governo, que também completou sete anos no último dia 2, e à meta eleitoral do chavismo de obter 10 milhões de votos nas eleições previstas para 3 de dezembro. "Educação bolivariana, êxito do governo revolucionário. Aos 10 milhões de votos", diziam os cartazes.

A marcha também coincidiu neste sábado com outra mobilização convocada pela oposição, que considera a data um motivo de luto e que fez uma passeata entre Chuao, leste da capital, e Los Próceres, no sul.

As duas marchas foram acompanhadas por 3,2 mil efetivos de diferentes corpos policiais.

Chávez protagonizou um fracassado golpe em 4 de fevereiro de 1992 contra o ex-presidente Carlos Andrés Pérez (1989-93), foi eleito presidente, em dezembro de 1998, e ratificado de acordo com a nova constituição em julho de 2000.

Petróleo Chávez afirmou que, se os Estados Unidos decidirem romper as relações com a Venezuela, todo o petróleo que atualmente é exportado para esse país, seria vendido a outros.

"Se querem romper relações com a Venezuela, cabe a eles decidir. Não me custaria nada fechar nossas refinarias nos EUA nem vender o petróleo que vai para os EUA a outros países do mundo", disse Chávez.

"A cada momento vêm nos pedir mais petróleo. Há países como China, Índia, países da Europa e América que comprariam esse petróleo", acrescentou o presidente.

Chávez lembrou que a Venezuela envia aos EUA 1,5 milhão de barris por dia e destacou que nunca faltou com esse compromisso. No entanto, disse que seu Governo não deseja chegar a situações tão extremas e insistiu que se isso ocorrer será por iniciativa de Washington, não de Caracas.

"Não queremos chegar a esses extremos. Que decidam eles. O que queremos é que nos deixem em paz, que esse Governo imperialista termine de aceitar que a Venezuela se libertou e não é nem será uma colônia dos EUA", argumentou Chávez.

O presidente venezuelano afirmou ainda que se a ruptura de relações realmente ocorresse seria preciso ver "a quanto chega o preço do petróleo".




Fonte: AFP

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